Quem passa pelo complexo Clistenys Juny, no bairro Santa Delmira, nos finais de tarde percebe que algo muito bonito está acontecendo. Na quadra reformada e entregue recentemente pela Prefeitura de Mossoró, crianças e adolescentes se encontram todas as semanas para aprender sobre a prática do basquete como instrumento de saúde, lazer e cidadania.
Por meio do projeto social Cestinhas, 135 meninos e meninas de 18 bairros de Mossoró estão tendo suas vidas transformadas.
Fruto de uma parceria entre a Associação Atlética Santa Delmira (SADE) e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o Cestinhas é um projeto social que busca democratizar o acesso a prática do basquete na cidade e, por meio dele, oferecer a crianças e adolescentes uma nova perspectiva de vida por meio do esporte.
O projeto conta com patrocínio do Governo do Estado, através da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte (RN + Esporte e Lazer), e da Trevo Embalagens. Com a seriedade do trabalho e ótimos resultados, o projeto teve aprovada a proposta de uma nova edição para 2025.
"Esse é o maior projeto já desenvolvido em toda a história da SADE. As famílias das crianças e adolescentes tem abraçado de forma muito forte o projeto e compartilhado com a gente os resultados positivos que o Cestinhas tem promovido dentro de casa e nas escolas. Os participantes têm se tornado pessoas mais confiantes, focadas e disciplinadas. Isso nos deixa muito felizes", comenta Lucas Negreiros, presidente da Sade e líder do Cestinhas.
Com ele, uma equipe de associados da Sade e estudantes dos cursos de Educação Física e Publicidade e Propaganda da UERN conduzem as atividades do Cestinhas.
"Essa é uma parceria que nos deixa muito felizes, pela forma que ela aconteceu e pelos resultados obtidos", destaca o professor Esdras Marchezan, Pró-Reitor de Extensão da UERN.
Ele conta que ao perceber o importante trabalho que a Sade já desenvolvia na cidade e pelo potencial que existia ali, procurou a associação propondo a construção de um projeto que universidade e associação pudessem se unir e buscar apoios para que estas ações chegassem a mais pessoas.
“A Sade confiou na seriedade do trabalho da UERN e fomos construindo juntos o projeto Cestinhas e buscando formas de garantir recursos para que ele acontecesse", explica.
Parcerias deste tipo têm aumentado significativamente nos últimos anos. "A reitora Cicília Maia aposta muito no fortalecimento da extensão como instrumento de transformação social. Nesse sentido, temos ampliado as parcerias com organizações do terceiro setor, sabendo que é uma ação positiva para as entidades, para os cursos da universidade, e principalmente para as pessoas das comunidades envolvidas. Todo mundo ganha", comemora Esdras Marchezan.
De início, o projeto começou a ser desenvolvido na quadra do Abolição V, com recursos de um edital do Tribunal de Justiça. Com a quadra do Santa Delmira entregue, após grande reforma, o projeto passou a ter sua base neste espaço.
"A quadra entregue pela prefeitura é um espaço modelo, que tem servido de referência para apaixonados pelo basquete de diversos lugares. Com ela reformada, o que era um sonho antigo nosso, conseguimos oferecer as crianças e adolescentes do Cestinhas o melhor espaço possível para as atividades do projeto", destaca Lucas Negreiros.
Os bons resultados já fazem os realizadores pensarem em novos saltos. A ideia é levar a experiência do projeto a outros pontos da cidade, dando vida a quadras de basquetes abandonadas e atuando também em escolas públicas.
"Para isso, esperamos contar com novos apoiadores. É importante demais contar com a parceria de empresas comprometidas com o social e que acreditem em projetos assim", comenta Lucas. Junto com a UERN, a associação pretende inscrever uma versão mais ampla do Cestinhas na Lei Federal do Esporte, ampliando as possibilidades de captação de recursos para execução do projeto.
Para as famílias, falar do Cestinhas é falar de felicidade. “Aqui em casa defendemos a prática esportiva com “unhas e dentes”, previne adoecimentos futuros, não somente físicos. A criança desenvolve-se socialmente, são os laços afetivos, a maneira que vai agir perante uma vitória e também uma derrota. Segundo minha filha, os dias mais legais da semana dela é a segunda e a quinta (os dias da sua turma do basquete), desde então a vejo mais confiante e determinada a aprender cada vez mais sobre o basquete”, relata Fernanda Karoline, mãe de Katherine Vitória, 10 anos, aluna da turma 01.