Um júri popular com 23 anos de atraso será realizado na manhã desta terça-feira (27), no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró.
José Veríssimo da Silva, hoje com 67 anos, será julgado nesta terça-feira (27), pelo homicídio de Armando Leite de Souza, conhecido por “Ném”, ocorrido em Mossoró, no ano de 2001.
O réu, na época com 45 anos, matou a vítima por motivo torpe, movido por boatos de que ela teria tirado a virgindade da filha dele, uma menina de 13 anos.
O motivo do atraso para que o réu fosse levado à justiça foi o fato de ele estar foragido desde a época do crime, tendo sido encontrado recentemente, no estado do Maranhão.
Nesta terça, a acusação, representando o Ministério Público do Rio Grande do Norte, será realizada pelo promotor Ítalo Moreira Martins, enquanto a defesa do réu ficará a cargo do advogado Leonardo de França Silva.
Em contato com a reportagem do MOSSORÓ HOJE, o promotor informou que irá pedir a condenação de Francisco pelo crime de homicídio qualificado, por motivação torpe.
Segundo o Dr. Ítalo Moreira, apesar da idade avançada do réu, não é justo que uma pessoa mate outra, confesse o crime, passe anos foragida e, depois de encontrada, não seja punida em virtude da idade.
O Júri está previsto para ser iniciado às 9h, sendo presidido pelo Juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros.
O CASO
De acordo com a denúncia, baseada no inquérito policial da época, no dia 28 de agosto de 2001, José Veríssimo da Silva, na época com 45 anos, foi até a casa de Armando Leite de Souza, conhecido por “Ném”, localizada no Alto de São Manoel, e desferiu 5 tiros contra ele, que morreu no local.
José chegou a comparecer na delegacia, dias depois onde foi ouvido pelo delegado Denis Carvalho. Ele alegou que conhecia a vítima há cerca de dois anos, visto que ela sempre bebia em seu bar, acompanhada de uma mulher, que seria sua amante.
Francisco contou que ouviu boatos de que Armando e a mulher estavam espalhando que Armando havia tirado a virgindade da filha de Francisco, uma adolescente que na época tinha 13 anos.
O réu foi até a delegacia e denunciou o caso como crime de estupro, tendo o delegado aberto uma investigação. A adolescente foi submetida a uma exame de conjunção carnaval, realizado pelo Itep, que deu resultado negativo, provando que a menina ainda era virgem.
Apesar das provas, Francisco não acreditou e chegou a alegar que o perito havia sido comprado por Armando e seguiu alegando que continuava ouvindo boatos sobre o suposto estupro.
Movido pela raiva, ele então foi até o mercado do vuco-vuco e comprou uma cartela com 8 munições de revólver. No dia 28 de agosto, foi até a casa de Armando para matá-lo.
No local, Francisco encontrou a esposa da vítima, se apresentou como Antônio e pediu que ela a chamasse. Quando Armando foi se aproximando, Francisco desferiu 5 tiros contra ele, que morreu no local.
Em seguida, o réu fugiu em uma motocicleta, foi até um bar no Bom Jesus, onde contou a populares que havia matado Armando e pediu que informasse aos seus familiares que iria fugir da cidade.
Fato que realmente aconteceu, permanecendo foragido por 23 anos.