O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta médica e deixou o Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, neste domingo (15). Ele ficará em sua residência, em São Paulo, até pelo menos a próxima quinta-feira (19). Os médicos do presidente vão acompanhá-lo neste período.
Na coletiva de imprensa, ele disse:
"Eu estou aqui vivo, inteiro, com mais vontade de trabalhar. Eu vou dizer para vocês uma coisa que eu dizia na outra campanha. Tenho 79 anos, tenho energia de 30, tesão de 20 para construir este país. É este Lula que volta inteiro para cuidar do Brasil. Muito obrigado, gente".
"Quero fazer um agradecimento a Deus, que tem tomado conta de mim de forma muito generosa. Cuidou de mim quando eu tive um câncer em 2012. Cuidou de mim quando eu fiquei sobrevoando o México durante 5 horas, um momento delicado. E Deus foi muito generoso ao cuidar de mim quando eu caí no banheiro", escreveu
"Sobre a prisão de Braga Netto, quero dizer que respeito a presunção de inocência. Tudo o que eu não tive, quero que eles tenham. Mas, se for provado o que eles estavam tentando fazer, um golpe neste país, terão que ser punidos severamente. Não podemos tolerar o desrespeito à democracia e à Constituição. Não podemos aceitar, em um país generoso como o nosso, que haja pessoas tramando a morte de um presidente da República eleito, de seu vice e do juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral"
Pouco antes, os médicos também concederam entrevista coletiva na manhã de hoje (15) no auditório do hospital, onde o presidente está internado desde a última terça-feira (10) para uma cirurgia de emergência em que precisou drenar um hematoma na cabeça, entre o osso do crânio e o cérebro.
A entrevista foi concedida pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, o neurologista Rogério Tuma, o neurocirurgião Marcos Stávale, a médica do presidente, Ana Helena Gremoglio, e o médico José Guilherme Caldas, que realizou o procedimento de embolização no presidente.
“O quadro foi extremamente acima do esperado. Para minha felicidade e de toda a equipe, ele está de alta hospitalar”, disse a médica Ana Helena Gremoglio.
“Ele está de alta hospitalar, não alta médica”, esclareceu Kalil. Por isso, disse o médico, o presidente precisará continuar na capital paulista por mais alguns dias para acompanhamento. Na próxima quinta-feira, Lula deverá passar por exames no hospital, entre eles, uma tomografia.
De acordo com Kalil, Lula poderá exercer suas atividades normalmente nesse período, só evitando exercícios físicos.
“Ele está estável, caminhando, se alimentando, falando normalmente. Ele teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava”, afirmou Kalil.
Lula teve de ser hospitalizado devido a uma queda doméstica que sofreu em outubro.
O presidente chegou a São Paulo na madrugada de terça-feira, após ter sentido dores de cabeça. Uma ressonância magnética feita no Hospital Sírio-Libanês, ainda em Brasília, mostrou uma hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido no dia 19 de outubro. O presidente foi então transferido para a unidade do hospital, na capital paulista, onde passou pelo procedimento cirúrgico.
Na quinta-feira (12), dois dias após a cirurgia, o presidente foi submetido a um novo procedimento, para bloquear o fluxo de sangue e reduzir o risco de formação de novo hematoma. Já na última sexta-feira (13), Lula teve retirado o dreno intracraniano que havia sido colocado na cirurgia da última terça-feira (10). Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Lula apareceu caminhando ao lado do neurocirurgião Marcos Stavale.
Na mensagem publicada nas redes sociais, o presidente escreveu: “Estou firme e forte! Andando pelos corredores [...], conversando bastante, me alimentando bem e, em breve, pronto para voltar para casa e seguir trabalhando e cuidando de cada família brasileira”.
No boletim médico, divulgado ontem (14), os médicos informaram que o presidente fez apenas exames de sangue.