Por se sentir ameaçada, a prefeita eleita e diplomada do município de João Dias-RN, Maria de Fátima Mesquita da Silva (Fatinha de Marcelo), do União Brasil, participou da solenidade de posse por meio de uma transmissão online, nesta quarta-feira, dia 1º de janeiro de 2025.
Antes contextualizar o motivo pelo qual Fatinha de Marcelo não foi pessoalmente receber a faixa de prefeita de João Dias na sede do Poder Legislativo, é preciso detalhar como ocorre o rito de posse dos poderes legisladores e executivos dos municípios brasileiros.
Primeiramente, os vereadores eleitos e reeleitos são empossados, em solenidade na própria Câmara Municipal, presidida pelo vereador com mais idade da casa. Uma vez empossados, é realizado a escolha do presidente e dos membros da mesa diretora da casa.
Com o presidente eleito, ele assume os trabalhos e se inicia a solenidade para empossar o prefeito e o vice-prefeito eleitos. Assim ocorreu em João Dias, só que com a participação da prefeita eleita Fatinha de Marcelo e o vice-prefeito eleito João Pedro através da internet.
O vereador eleito presidente da Câmara Municipal de João Dias foi Marcelo Linhares, do União Brasil. Ele presidiu a solenidade na Câmara e a prefeita Fatinha de Marcelo e o vice-prefeito João Pedro de Oliveira em casa, local protegido pela Polícia Militar. O livro de posse foi levado a casa da prefeita eleita e onde se encontra o vice-prefeito para assinaturas.
A Polícia Militar enviou reforço, durante a solenidade de posse (online) para a casa da prefeita Fatinha de Marcelo, e também para a cidade de João Dias. Concluído a solenidade, os policiais não foram mais vistos na cidade. Cenário continua tenso em João Dias desde agosto de 2024.
O motivo do medo da prefeita eleita Fatinha de Marcelo é que acusados pela Polícia Civil de terem contratados pistoleiros (estão todos presos) para matar seu marido, o prefeito Marcelo Oliveira, num ataque violento no dia 27 de agosto de 2024, e que também resultou na morte do sogro dela, Sandi Oliveira, estão todos foragidos.
Entre os acusados, os principais são: a advogada Damária Jácome, que foi candidata a prefeita de João Dias pelo Republicanos e perdeu a campanha para Fatinha de Marcelo, e a irmã dela, a vereadora reeleita Leidiane Jácome. Dos mandantes, apenas um pastor evangélico conhecido por Marcelo foi preso. A Polícia diz que ele foi responsável por definir o local do duplo assassinato.
E medo da prefeita João Dias é ainda maior, porque os irmãos de Damária e Leidiane Jácome, segundo a Polícia Civil, são figuras importantes na logística do tráfico de drogas internacional, com ligação ao PCC. Inclusive, acredita-se que queriam o comando da cidade de João Dias, assim como diversas outras cidades no País, para lavagem de dinheiro, assim como faziam através de igrejas evangélicas no RN.
A vereadora reeleita Leidiane Jácome, que está sendo procurada pela Justiça acusada de fazer parte do consórcio para matar o prefeito Marcelo e o pai dele Sandi Oliveira, não compareceu para assinar o livro de posse na Câmara Municipal de João Dias, na manhã desta quarta-feira, dia 1º de janeiro de 2025. Havia viaturas da Polícia na cidade. Por lei, ela tem 15 dias para aparecer. Isto não ocorrendo, o suplemente é convocado para seu lugar.