20 FEV 2025 | ATUALIZADO 16:42
NACIONAL
18/02/2025 21:28
Atualizado
18/02/2025 21:28

PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 pessoas pela tentativa de golpe de Estado em 2022

A denúncia foi enviada ao STF pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, nesta terça-feira (18). Os 34 denunciados são acusados de cometer cinco crimes, entre eles tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Além do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, também estão entre os denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. As denúncias agora serão analisadas pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes.
PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 pessoas pela tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia foi enviada ao STF pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, nesta terça-feira (18). Os 34 denunciados são acusados de cometer cinco crimes, entre eles tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Além do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, também estão entre os denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. As denúncias agora serão analisadas pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes.
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, ofereceu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (18), contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 33 pessoas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito.

Os denunciados são acusados de cometer os seguintes crimes:

organização criminosa armada (art. 2º, caput, §§2º, 3º e 4º, II, da Lei n. 12.850/2013);

tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal);

golpe de Estado (art. 359-M do CP);

dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art.163, parágrafo único, I, III e IV, do CP);

deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998).

Além do ex-presidente, também estão entre os denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

As peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática. E descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas.

A organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice-presidente. Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

AÇÃO PLANEJADA

De acordo com as investigações, o plano teve início em 2021, com os ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, por meio de declarações públicas e na internet.

Em julho do ano seguinte, o então presidente da República se reuniu com embaixadores e representantes diplomáticos acreditados no país para verbalizar as conhecidas e desmentidas acusações sobre fraudes nas urnas eletrônicas, na tentativa de preparar a comunidade internacional para o desrespeito à vontade popular nas eleições presidenciais.

Durante o segundo turno das eleições, foram mobilizados aparatos de órgãos de segurança para mapear e impedir eleitores de votar no candidato da oposição. E as pessoas envolvidas nessa etapa atuavam na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, facilitando os atos de violência e depredação, em 8 de janeiro de 2023.

Ao não encontrarem falhas no sistema eleitoral, os envolvidos mantiveram o discurso de fraude e mantiveram a militância com os acampamentos montados em frente a quartéis do Exército em várias capitais do país.

Em outra frente, a organização criminosa pressionou o Comandante do Exército e o Alto Comando, formulando cartas e agitando colegas em prol de ações de força no cenário político para impedir que o presidente eleito assumisse o cargo.

A denúncia aponta a elaboração de minutas de atos de formalização de quebra da ordem constitucional, dentre os quais se cogitava a prisão de ministros do STF.

As investigações revelaram a operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como a de ministro do STF. O plano teve anuência do então presidente da República.

A violência no dia 8 de janeiro foi a última tentativa. A organização incentivou a mobilização do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, que pedia a intervenção militar na política.

Os participantes fizeram o percurso acompanhados e escoltados por policiais militares do DF, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O episódio gerou prejuízos de mais de R$ 20 milhões.

As denúncias agora serão analisadas pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes.


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