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MOSSORÓ
Josemário Alves
31/03/2015 08:55
Atualizado
13/12/2018 14:05

Trabalhadores do MCMV no RN temem demissões em massa

O motivo é o atraso no pagamento de mais de R$ 10 milhões, por parte do Governo Federal, ás 15 construtoras que atuam no programa no Rio Grande do Norte.
Cézar Alves

Cerca de 15 construtoras que atuam no programa Minha Casa Minha Vida no Rio Grande do Norte preveem demissões em massa para os próximos meses.

A previsão reflete diretamente na vida do trabalhador, que teme entrar na lista de nomes a serem contemplados com a demissão.

O motivo é o atraso no pagamento de mais de R$ 10 milhões por parte do Governo Federal.

De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no estado, o atraso vem ocorrendo desde novembro de 2014, e atualmente, varia de 40 a 50 dias, atingindo principalmente as pequenas construtoras.

Em entrevista ao MOSSORÓ HOJE, o diretor do Sinduscon Carlos Luís, relatou que desde o final do ano passado foram mais de mil demissões e que as perspectivas para o futuro não são boas.

“Poderemos ter mais demissões e até parar as obras. Hoje contamos com mais de 8 mil residências sendo construídas. Em função dessa imprevisibilidade no pagamento, a gente tem começado a reduzir o ritmo e, com isso, as demissões em massa estão cada vez mais evidentes, infelizmente”, declarou.

(Foto: Josemário Alves)
O servente de pedreiro Alisson Santos, que trabalha em uma das obras do Minha Casa Minha Vida em Mossoró, diz que teme a possibilidade de ser demitido.

“A empresa já avisou que vai colocar peão pra fora. Talvez uns 40 ou 50. Se eu estiver na lista, vai ser ruim, muito ruim. O jeito é correr atrás do seguro até conseguir outro emprego”, disse.

Nesta obra, situada após o bairro Abolição 3, são 900 apartamentos populares com previsão para conclusão até o final do ano. Segundo o mestre de obras, João Arruda, ao todo são 570 trabalhadores.

Durante uma visita ao Rio Grande do Norte, o Ministro das Cidades Gilberto Kassab, informou ao sindicato da categoria que, até o final do mês de março, estaria regularizando o pagamento.

Entretanto, o diretor do Sinduscon conta que o último pagamento recebido pelas empresas foi em fevereiro, referente ao mês de janeiro. “Se até o dia 10 de abril a gente não receber, vai completar dois meses atrasados”, disse Carlos Luís.

O mesmo problema se estende á outros estados do Nordeste. Somente na Bahia, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte, estima-se que o atraso esteja orçado em R$ 175 milhões.

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