21 SET 2024 | ATUALIZADO 18:26
POLÍCIA
Da redação
21/01/2016 08:56
Atualizado
13/12/2018 11:04

Detento é morto em possível guerra de facções na Cadeia Pública de Mossoró

Preso Gledson Saraiva foi encontrado enforcado dentro da cela. O perito não tem dúvidas de que ele foi assassinado. "Durante a perícia, verificamos fatos que distorcem esse suicídio", destacou.
Josemário Alves

Preso há 14 dias, o detento Gledson Souza Saraiva, de 21 anos, foi assassinado dentro da Cadeia Pública Manoel Onofre de Sousa, em Mossoró, região Oeste do RN, numa possível guerra entre membros das facções criminosas conhecidas como Sindicato do RN e Primeiro Comando da Capital.

Segundo a perícia técnica, ele foi espancado com pancadas no rosto e depois enforcado com uma ‘teresa’ (corda feita com lençóis amarrados). Os agentes penitenciários da Cadeia Pública disseram que tomoram conhecimento do homicídio através de uma ligação feita pelos presos do regime fechado do Centro Penal Agrícola Doutor Mário Negócio, que fica em frente.

"É um caos!!! Eles mandam em tudo", diz o agente se afastando dos repórteres.

Gledson foi preso junto com váris outros suspeitos na noite do dia 07 de janeiro roubando celulares no bairro Alto da Conceição. Levado à delegacia, ele foi encaminhado para a cadeia, onde permaneceu isolado no setor de triagem até quarta (20).

Segundo os agentes, até às 8h45 desta quinta-feira, momentos antes da liberação para o início das vítimas íntimas, todos os presos responderam a chamada. Por volta das 10h, notaram a ausência do detento e o encontraram enforcado na cela 5 do pavilhão II.

Para o perito do ITEP, Otávio Domingos, não há dúvidas de que Gledson foi assassinado.

“Durante a perícia, verificamos fatos que distorcem esse suicídio. Hematomas, principalmente na cabeça, que provam o espancamento e marcas da corda no pescoço inteiro, mostrando que foi forçado”, detalhou o perito (enquanto o perito detalhava o seu trabalho aos repórteres, uma mulher vestida de branco se aproxima e fala em voz baixa que teme que o mesmo aconteça com seu marido e protestou por ter sido impedida de entrar).

Conforme os agentes penintenciários, os presos da Penitenciária Agrícola Mário Negócio, que compõem o PCC, além de avisar que Gledson estava morto dentro da Mário Negócio, também informaram o nome do outro preso que seria morto também dentro da cadeia. Este preso foi retirado imediatamente da Cadeia, que tem aproximadamente 200 presos divididos em duas alas.

Dentro da Cadeia Pública de Mossoró, a maioria dos presos são ligados ao Sindicato do RN. Já dentro da Penitenciária, existe um número maior de presos ligados ao PCC. Eles são separados por pavilhões.

Há poucos dias aconteceu uma fuga de 16 presos do PCC. Dias depois, os presos do pavilhão controlado pelo Sindicato do RN tentaram fugir.

O corpo do detento Gledson Sousa foi removido para exames na sede do ITEP, em Mossoró, e depois será liberado para sepultamento por seus familiares, que residem no Planalto 13 de Maio. Esta foi a 21ª morte violenta letal intencional durante os 21 dias de janeiro em Mossoró e o segundo desta quinta-feira na cidade.

No início da manhã, o comerciante Antônio Cortez Sobrinho, de 32 anos, foi executado com tiros na cabeça em via pública, no bairro Paredões.

O caso será investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios (DEHOM) do município.

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