22 SET 2024 | ATUALIZADO 18:26
POLÍCIA
Da redação
09/02/2016 15:59
Atualizado
13/12/2018 13:08

?É desumano?, diz cabo da PM sobre tratamento recebido em Apodi

Os 23 homens enfrentaram uma viagem de quase 8h em um ônibus escolar, alojamento sujo e comida e água de péssima qualidade. Coronel da PM responsabilizou a Prefeitura pelos condições oferecidas aos militares.
Josemário Alves / MH

Pelo menos oito policiais militares, que vieram de Natal para fazer a segurança do Carnaval de Apodi, deram entrada no hospital local com queixa de diarreia, inflamação na garganta e pressão alta.

As causas, segundo os próprios militares, foram a alimentação ruim e a água de qualidade duvidosa que receberam para consumir.

“No primeiro dia que chegamos, tivemos que beber água da torneira”, detalhou o cabo Gonçalves à reportagem do MOSSORÓ HOJE.

Os problemas não param por aí. Segundo os PMs, eles foram trazidos da capital para Apodi em um ônibus escolar. “O conforto era zero. Uma hora estávamos sentados no banco, outra no encosto, porque ninguém aguentava”, contou Gonçalves.

Ao todo, foram quase oito horas de viagem.

Chegando em Apodi, os 23 homens designados para a Operação Carnaval Seguro foram alojados em uma escola do estado localizado às margens da BR - 405.

O local estava sujo, principalmente os banheiros, e eles precisaram comprar produtos de limpeza, do próprio bolso, para limpá-los.

“Agora tá um brinco, comparado quando chegamos”, brincou o cabo Gonçalves, mostrando os banheiros para a nossa equipe.

A alimentação também deixa a desejar. O cabo PM Da Silva destacou que falta até talheres. “Falta talheres, mesas e cadeiras. O local que a gente come é mais ou menos um quilômetro daqui. A comida é ruim”, detalhou ele, alegando que não pediu banquete, mas que pelo menos o básico era necessário.

Devido ao surto de diarreia, a maioria dos PMs está comprando quentinhas e frutas para se alimentar. “Viemos trabalhar e passar fome”, concluiu Da Silva.

De acordo com Gonçalves, o grupo pediu providências ao comandante da Companhia de Apodi, o tenente Júlio Batista, mas nada foi feito. “Até o comandante de Mossoró veio aqui, conversou com a gente e disse que ia dar um jeito, mas até agora...”, informou, acenando negatividade.

Indignado, o 2º sargento Israel Câmara citou o tratamento diferenciado que as polícias Civil e Rodoviária Federal estão recebendo.

“Como é que pode? A Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal estão no hotel, e nós aqui jogados. Tá uma bagunça! No próximo ano não tem nenhum de nós que queira vir”, destacou ele.

“Para a importância que representamos, esse tratamento é desumano”, completou Gonçalves, ressaltando que o único ponto positivo era o ar-condicionado no alojamento.

Os militares devem permanecer em Apodi até às 5h de quarta-feira (10), quando embarcam de volta à Natal. “Se a gente soubesse que ia ser tratado dessa maneira...”, concluiu o cabo Gonçalves.

(Foto: Josemário Alves)

Nas redes sociais, o Coronel da Polícia Militar Wellington Arcanjo de Morais, responsabilizou a Prefeitura Municipal de Apodi pelas condições de hospedagem e alimentação oferecidas aos militares durante a operação realizada nos quatro dias de carnaval na cidade. Ele agradeceu os policiais, destacando que eles cumpriram com o dever de garantir a segurança do evento, e afirmou que em breve enviará uma nota de repúdio o responsabilizando o Poder Público Municipal.

"Quero a princípio agradecer a compreensão dos policiais militares que, diante de tantas dificuldades que passaram, não deixaram de mostrar que são mais fortes. E a missão está sendo cumprida. Entretanto, com certeza, faremos uma nota repudiando o Poder Público Municipal de Apodi, que já fizemos verbalmente, sobre as condições que receberam nossos PMs, que apenas queriam zelar pela segurança do município. Obrigado aos nossos PMs pela dedicação", disse o Coronel.

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