A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomaram na manhã desta quarta-feira (16) as conversas no Palácio da Alvorada para discutir a possível nomeação de Lula para um dos ministérios do governo. Lula chegou para o encontro com Dilma um pouco antes de 9h.
Na noite desta terça (15), Dilma e Lula se reuniram por cerca de quatro horas e meia para tratar do assunto, mas o encontro terminou sem definição. Segundo os colunistas do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti e Cristiana Lôbo, ainda há detalhes a serem acertados antes de o anúncio ocorrer.
Além de Dilma e Lula, foram vistos entrando no Palácio da Alvorada nesta manhã os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda).
Lula desembarcou em Brasília nesta terça-feira. A possibilidade de ele assumir um ministério vem sendo defendida desde as últimas semanas por Dilma, auxiliares dela, como Jaques Wagner, Berzoini e Edinho Silva (Comunicação Social), além de parlamentares, como o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE).
Na semana passada, Dilma e Lula se encontraram em Brasília para avaliar a conjuntura política e discutir o assunto.
Segundo o G1 apurou, tanto Jaques Wagner quanto Ricardo Berzoini ofereceram a Lula seus postos no Palácio do Planalto. Na ocasião, Lula recusou a oferta. Conforme Cristiana Lôbo, o destino do ex-presidente pode ser a Casa Civil.
Investigações
A possível indicação de Lula para um ministério se dá em meio a investigações conduzidas pela Justiça Federal para apurar se o ex-presidente recebeu vantagens indevidas oriundas do esquema de corrupção da Petrobras.
Ele também é investigado por supostamente ter omitido das autoridades ser o dono de um apartamento triplex em Guarujá (SP) e de um sítio em Atibaia (SP), o que a defesa dele nega.
Em razão das suspeitas, o MP-SP pediu a prisão preventiva de Lula. Nesta segunda (14), a juíza Maria Priscila Oliveira remeteu o pedido ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância.
Se confirmada a nomeação de Lula como ministro, ele passará a ter a prerrogativa do chamado foro privilegiado, e as investigações envolvendo o ex-presidente seriam remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF).