O prefeito Francisco José Júnior recebeu, na última terça-feira, 12, a equipe do Mossoró Hoje em sua residência. Demonstrando entusiasmo com o pleito que se aproxima, o gestor pôs fim às especulações que de não colocaria seu nome à disposição do PSD na convenção que oficializará o candidato do partido nas eleições desse ano. O gestor também fez um balanço das ações executadas ao longo de sua administração, falou sobre apoios políticos, impopularidade e avaliou os demais pré-candidatos a prefeitos já anunciados. Acompanhe:
MOSSORÓ HOJE: Por que o senhor decidiu colocar seu nome à disposição, mais uma vez, para a disputa majoritária em Mossoró?
FRANCISCO JOSÉ JÚNIOR: Minha decisão de ser pré-candidato, em primeiro lugar, é porque tivemos um tempo menor do que os outros prefeitos da história de Mossoró. Enfrentamos uma das maiores crises da história do país, herdamos problemas de décadas, e mesmo assim, com menos dinheiro e com menos tempo, conseguimos resolver muitos problemas que outros gestores não tiveram coragem de resolver. A decisão é também por entender que a missão do político é de servir, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sou uma pessoa de muita fé, entendo a minha missão como cristão, por isso estamos colocando nosso nome para continuar resolvendo problemas e melhorando a qualidade de vida e pensando na Mossoró de agora e do futuro. As gestões anteriores pensaram muito em maquiagem, de resolver o agora. Nós não. Pensamos no turismo, em outros polos econômicos, como o energético, que possam fazer com que a cidade não dependa somente de receitas do Governo Federal.
MH: Quais são os principais avanços que o senhor destacaria de sua gestão?
FJJ: Sabemos que na saúde há muito ainda o que ser melhorado, não só em Mossoró, mas em todo o país, mas se analisarmos o pouco tempo que tivemos, comparado a outras gestões, por exemplo, as duas últimas gestoras, uma teve 8 outra teve 12 anos, cada uma abriu uma Unidade de Pronto Atendimento, nós abrimos uma em muito menos tempo. Dobramos a UPA do Alto de São Manoel, colocamos o plantão odontológico na unidade do Santo Antônio, implantamos uma usina de oxigênio e a ortopedia também no bairro Belo Horizonte. Dobramos o número de médicos nesses equipamentos, ampliamos as equipes da Estratégia Saúde da Família, abrimos SVO, investimos na saúde mental, com a abertura de um CAPS 24h, consultório de rua, entre outras ações. Antes só existia eletroencefalograma no PAM do Bom Jardim, e muitas vezes não funcionava, hoje nós temos três UBSs com esse equipamento e vamos colocar em mais três.
MH: Além da saúde, que investimentos em outras áreas o senhor destacaria?
FJJ: Hoje a nossa educação está mais bem avaliada do que a maioria das cidades do Nordeste, está acima da média nacional. Temos professores mais capacitados, projetos como as mesas digitais, Mossoró no Enem, robótica. Sobre segurança, sabemos que os índices de criminalidade ainda são altos, mas imagine como a situação estaria sem os investimentos que fizemos? Dobramos o efetivo da Guarda Municipal, aumentamos o número de viaturas, instalamos câmeras de monitoramento, ampliamos de uma para nove as BICs. Entregamos à população o Parque Municipal. No transporte coletivo, graças a nossa coragem, hoje temos todos os ônibus com acessibilidade, frota bem mais nova, com tempo de espera reduzido, dobramos a quantidade de linhas, está muito melhor do que era antigamente.
(Fotos: Raul Pereira)
MH: E quais as principais dificuldades desse período?
FJJ: A questão financeira. Estamos administrando com o menor repasse de royalties da história. Muitas das empresas que prestavam serviço à Petrobras foram embora, caindo assim as receitas próprias, o ISS, aumentando também o número de desempregados em virtude disso. Além disso, enfrentamos uma oposição raivosa. Desde o início da nossa gestão estamos sendo bombardeados por rádios, TV, jornais ligados a grupos políticos tradicionais. Mas, nós estamos enfrentando a crise com criatividade e parcerias. Em breve, por exemplo, deixarmos as calçadas do Centro acessíveis, colocaremos rampas, custando nada para o Município. O Complexo Turístico de Santa Luzia também não terá recursos públicos, será feito por doações. É uma nova forma de administrar, com parcerias, para viabilizar projeto que façam com que a cidade continue crescendo e se desenvolvendo.
MH: Como está a relação do prefeito Francisco José Júnior com o governador Robinson Faria?
FJJ: Confesso que faz mais ou menos um mês que não falo com o governador, devido a minha correria, eu estava em uma maratona de inaugurações, com mais de 18 obras inauguradas em um mês. Depois disso comecei a organizar a questão da minha pré-campanha. Com isso, não tive tempo de ir a Natal. Essa agenda está sendo marcada para a próxima semana, quando nós vamos conversar. Pela confiança, amizade, convivência que tenho com o governador, ele já deu várias entrevistas afirmando que só não me apoiaria se eu não fosse candidato. Nós não temos nenhuma dúvida quanto ao apoio de Robinson a nossa campanha.
MH: Em relação às articulações para indicação do vice que comporá a chapa junto com o senhor, já há alguma definição?
FJJ: Vamos definir o nome do vice rápido, não vamos deixar para definir isso nas convenções. Nos próximos 10 dias teremos esse nome, que com certeza irá somar, agregar.
MH: Como o senhor avalia os demais nomes que já estão postos como pré-candidatos?
FJJ: O professor Josué Moreira é uma pessoa que respeito, que quer ajudar a cidade. Gutemberg Dias fez parte da nossa administração, sabe da dificuldade que é gerir um município. O empresário Tião da Prest, não tenho nada a falar contra ele, sou seu amigo. Preocupo-me apenas com algumas declarações do pré-candidato, quando ele diz que pretende administrar a Prefeitura como uma empresa. A gente sabe que os empresários visam sempre o lucro, e a Prefeitura não pode ser vista como uma empresa, a Prefeitura tem um lado social.
MH: E Rosalba?
FJJ: Também não tenho nada contra ela, mas ela foi testada já como prefeita, na época em que a cidade tinha melhores condições, quando a Petrobras estava em alta, e não foi pensada nenhuma obra para o futuro. Ele foi prefeita na época em que a cidade tinha melhores condições, quando a Petrobras estava em alta, tinha muito ISS, muitos royalties, e não foi pensada nenhuma obra para o futuro.
MH: Faltou planejamento da ex-prefeita?
FJJ: A crise que vivemos hoje também é consequência do fato de não terem sido abertas novas cadeias produtivas em Mossoró, não houve esse planejamento. Não estou dizendo que ela foi uma má prefeita, mas não foi pensada uma Mossoró do futuro. Rosalba fez administrações, pode-se dizer, com boas avaliações, mas como senadora a cidade não teve benefício nenhum. E sua passagem pelo Governo reforça duas grandes preocupações.
MH: Quais são?
FJJ: Vou dizer o porquê. Cid Gomes, cidadão de Sobral, quando assumiu o Governo do Ceará olhou pela sua terra, abriu três hospitais em Sobral, colocou metrô, saneou e asfaltou a cidade e muitos outros avanços. Já na administração Rosalba, praticamente não existiram obras estruturantes em Mossoró, pelo contrário, foram apresentadas maquetes que não saíram do papel, como o Teatro, Nogueirão. Tivemos também obras inacabadas. Ela assumiu o Governo numa situação totalmente diferente de quando foi prefeita, e olha que a crise ainda não tinha chegado. Quando você tem dinheiro é muito fácil ser um bom gestor, quando não tem, no caso de Rosalba, ela saiu com uma reprovação recorde, com mais de 90%, não teve nem legenda para ser candidata. E agora vem com a mensagem de reconstruir Mossoró, ai eu pergunto: se hoje a crise está 10 vezes maior do que na época em que ela foi governadora, quando ela não conseguiu pagar folha em dia, não conseguiu fazer obras importantes, prometeu reconstruir o estado, não fez nem pela sua cidade, como é que ela vai reconstruir a cidade, onde nós estamos recebendo 100 milhões a menos, com a demanda aumentando em tudo? Ela já foi testada nas dificuldades. E essas dificuldades hoje estão 10 vezes maiores.
MH: O senhor tem dito também que não teme comparações com a ex-governadora...
FJJ: Não só não temo, como gostaria muito que qualquer emissora de rádio, TV, portal, promovesse um debate, pra gente falar o que ela fez como prefeita em 12 anos, e o que fizemos em dois anos, na maior crise da história e enfrentando a maior oposição. Comparar com os oito anos da minha antecessora. Comparar, porque é importante o eleitor saber o que cada um fez, já que minhas ações não foram divulgadas para a população, em virtude de boicote que sofremos pelos veículos ligados a políticos tradicionais da cidade.
MH: O senhor chega às convenções fortalecido, com o apoio de mais de uma dezena de partidos...
FJJ: Nós sabemos das dificuldades que o Município está enfrentando, e sabemos que a nossa gestão ela foi mal compreendida e injustiçada, pelo fato das pessoas não conhecerem os nossos projetos, o que fizemos em tão pouco tempo. Caso meu nome seja aprovado na convenção, nós teremos um momento de mostrar tudo que fizemos, de ir para um debate, de divulgar o que não divulgado. O eleitor está cada vez mais politizado, antenado, em virtude das redes sociais, do que está acontecendo no país. Estou há 20 anos na vida pública, nunca fui condenado em nenhum processo, ao contrário de outros pré-candidatos, que acumulam condenações por improbidade, enriquecimento ilícito, peculato. Nós estamos indo com o nome limpo, com um exército do bem, de amigos, vamos fazer uma campanha limpa, de mostrar o que nós fizemos e fazer essa comparação. Estamos entusiasmados, com muita fé, com muita coragem, colocando Deus em primeiro lugar, pedindo sabedoria, que seja feita a Sua vontade.
MH: O senhor citou que a gestão foi mal compreendida. Acredita que essa impopularidade apontada em pesquisas de opinião tenha relação com essa incompreensão das pessoas quanto às ações que foram executadas?
FJJ: A impopularidade existe para todo político do país, em virtude do que está acontecendo em nível nacional, há muita isso das pessoas nivelarem todos os políticos. Quem tem mandato hoje já sofre também por essa questão. Há também outras dificuldades, financeiras, por exemplo. Muitas vezes, o cidadão quer que o problema que existe em frente à casa dele seja resolvido imediatamente, mas precisamos pensar no coletivo, nas 9 UTIs abertas na nossa gestão, em tudo aquilo que já destaquei. Quando essas ações forem apresentadas, fará com que a impopularidade caía. O maior responsável por essa impopularidade foi que tudo que a gente fazia de coisa boa, as rádio e jornais ligados aos grupos políticos tradicionais transformavam em algo negativo.
MH: Quais serão as propostas, as bandeiras que o senhor vai levantar após ter seu nome oficializado na convenção?
FJJ: Vamos ainda estruturar o nosso plano de governo, a partir de encontros com todas as classes e segmentos da cidade. Estou muito feliz em praticamente ter atingido 75% do nosso plano de governo da campanha passada. Nossas propostas sempre olham para o coletivo, sempre com a coragem de fazer o que beneficia a maioria da população, não uma minoria, uma família, e sim as famílias mossoroenses. Estou muito confiante, muito motivado. Sabemos que não entraremos na campanha como favoritos, mas estamos acompanhando a nossa evolução por meio de pesquisas, analisando o nosso crescimento, a aprovação que vem crescendo, pelas obras que conseguimos fazer, o pagamento em dia dos servidores, e muitas outras ações que conseguimos executar, pois tive a coragem de preparar a máquina pública para enfrentar à crise.
MH: Para finalizar, o senhor está confiante para a disputa que se aproxima?
FJJ: Estou muito confiante, muito motivado. Sabemos que não estamos na campanha como favoritos, mas estamos acompanhando a nossa evolução por meio de pesquisas, analisando o nosso crescimento, a aprovação que vem crescendo, pelas obras que conseguimos fazer, o pagamento em dia dos servidores, e muitas outras ações que conseguimos executar, pois tive a coragem de preparar a máquina pública para o enfrentamento à crise, como ações como o fim da personificação na Prefeitura, acabamos com a questão dos símbolos, cores, fardas, gastava-se milhões de reais a cada troca de gestor, fizemos auditoria, colocando mais de 300 para trabalhar e demitimos mais de 150, depois reduzimos secretarias de 19 para 11, implantamos a usina de oxigênio, um almoxarifado central, de controle e saída de mercadorias, que proporciona economia de 30 a 40%, e agora estamos colocando LED na cidade, para reduzir o consumo entre 30 e 40%. Com planejamento, tiramos gordura, não aceitamos desvios, colocamos servidores para trabalhar com ponto eletrônico, diminuímos serviços terceirizados, contratamos mais de 300 professores, mais de 700 servidores em dois anos, por isso estamos enfrentando essa crise de cabeça erguida.