Esta semana duas notícias me chamaram atenção. A primeira é que está havendo desperdício de 5,45 toneladas de alimentos por ano no Presídio Federal e a outra é que falta comida na Casa do Estudante de Mossoró. Só não passam fome devido as doações que recebem (Veja AQUI).
No caso do Presídio Federal, o Ministério Público Federal recomendou e a direção do presídio aceitou reduzir em 25% o tamanho da quentinha distribuída aos 119 presos que lá se encontram por serem de alta periculosidade a sociedade e ao sistema de segurança brasileiro.
O diretor Ricardo Marques Sarto, atendendo a recomendação do MPF, contratou um especialista em nutrição para reduzir o tamanho das quentinhas, com o devido cuidado para não afetar a dieta dos presos, que são de vários estados Brasileiros e diferentes facções.
A medida deve ser empregada nos próximos dias. A Penitenciária Federal de Mossoró paga chovendo ou fazendo sol R$ 2.062.692,15. No cálculo do procurador da república Emanoel Ferreira, com o desperdício o prejuízo aos cofres públicos passa de 175 mil. Isto quando tinha 88 presos e hoje já são 119. Como o presídio tem 208 celas, pode chegar a R$ 350 mil.
Emanoel Ferreira ressalta que os presos recebem cinco refeições diárias (desjejum, almoço, lanche, jantar e ceia), além de uma refeição especial em datas comemorativas.
Na Casa do Estudante, que recebe dezenas de jovens humildes de todo o Oeste do Rio Grande do Norte (média de 100), que vem estudar em Mossoró, tem comida quando tem doação. Eles se viram como pode para conseguir abastecer a dispensa. Fazem até regime para não dizer passar fome. É uma refeição por dia!!!
Sou consciente como cidadão que este é o retrato fiel da esculhambação no Brasil. Inverteram o que seria lógico, ou seja, investir em Educação, na estrutura familiar, para esvaziar os presídios. Como não fazem isto, termina tendo que gastar muito mais nos presídios.
Isto é fato incontestável.
A minha sugestão é que os diretores da Penitenciária Federal Ricardo Marques Sarto firme convênio com a Casa do Estudante para doar a alimentação para os estudantes. Não seria prejuízo algum, considerando que a quantidade de comida das quentinhas será reduzida em 25% para reduzir o desperdício, porém o contrato de R$ 2,062 milhões vai continuar do mesmo jeito com a empresa fornecedora dos alimentos. Portanto, os 25% poderiam ser doados sem prejuízo ao sistema para os estudantes da Casa do Estudante.