24/10/2022 08:33
Uma triste surpresa na nova lista do “trabalho escravo” nas lavouras, do Ministério Público do Trabalho e do sindicato dos fiscais, caiu como bomba na Souza Cruz e a Philip Morris, as maiores cigarreiras da América do Sul. De abril a setembro, a indústria do fumo foi um dos setores com mais lavradores resgatados, com 76 trabalhadores. A Souza e a Philip, que controlam o mercado nacional e se vangloriam de pagar bilhões de reais em impostos, se escondem no bojo da Abifumo, associação que criaram, quando o assunto é delicado. A Souza, aliás, tem determinação interna de evitar responder a Coluna, orientação de um consultor terceirizado de Brasília. Um desespero velado segue nos corredores para que assunto não chegue à British American Tobacco, em Londres, proprietária da Souza e que preza por rígido compliance com fornecedores. A Abifumo não quis detalhar quais procedimentos têm para fiscalizar as lavouras no campo. Em nota à reportagem, resumiu que “todas as etapas da cadeia produtiva são monitoradas por meio de um rígido controle, sendo realizada de forma periódica (...), com ampla participação dos órgãos competentes”. Não é o que parece.
21/10/2022 08:29
Duas novas pesquisas nacionais divulgadas acenderam o alerta vermelho no comitê de Lula da Silva (PT). O candidato petista que liderava com folga as sondagens no 1º turno agora vê o presidente Jair Bolsonaro (PL) colado em seu nome nos índices. A despeito de o Datafolha de quarta (18) cravar 49% para Lula e 45% para Bolsonaro, a margem de erro já surge como um fantasma no staff. O susto se confirmou ontem com a nova rodada da Paraná Pesquisas – o instituto é o que menos tem errado nas análises desde 2016, e acertou o cenário no 1º turno num dos levantamentos antes da eleição. A Paraná cravou ontem empate técnico entre os dois, com leve vantagem para Lula na estimulada (46,9%), contra Bolsonaro (44,5%), com margem de erro de 2.2 pontos percentuais. Os staffs de ambos não vão mudar a estratégia. Continuarão ataques entre eles no programa nas TVs e viagens a capitais do Sudeste atrás dos indecisos e para converter votos de quem votou nos adversários, em branco ou anulou o voto.
20/10/2022 08:23
A decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de liberar o transporte coletivo gratuito no dia da eleição, 30 de outubro, é um tiro no pé do Judiciário. Ao atender pedido do Rede Sustentabilidade, alegando que os pobres não conseguirão votar, Barroso cai em contradição por afronta à lei que proíbe condução de eleitores em dia de pleito organizada por qualquer parte interessada. Há centenas de prefeitos aliados de Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) que poderão subsidiar o transporte coletivo e lotar veículos de todo modelo com a condição de que o eleitor transportado vote em seu candidato. Além da já difícil fiscalização, o Brasil poderá assistir dia 30 uma caravana de ônibus e vans bancadas por candidatos – derrotados ou já eleitos – levando eleitores para a seção, o que a lei eleitoral não permite. A canetada de Barroso abre um precedente perigoso na Justiça Eleitoral. Que vai beneficiar ambos os candidatos à Presidência e atropelar a legislação.
19/10/2022 08:33
Há mais de ano a Coluna vem revelando a situação dentro da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Contratos milionários – como o da renovação do aluguel da sede por R$ 28,8 milhões – relações suspeitas de comissionados com empresas fiscalizadas, acordos para mais de milhão de reais para simples consultorias terceirizadas sobre obras rodoviárias etc. Não deu outra. Ontem as viaturas da Polícia Federal, que sempre rondavam a garagem descaracterizadas, chegaram com giroflex ligado à sede da agência em Brasília. A operação sai dois dias depois de publicarmos a sanha da turma em dezenas de contratos de altos valores – estes, aliás, que ainda não estão na mira da PF. Ainda. A ANTT derrapa na pista no momento em que completa um ano a Súmula nº 11, muito criticada por fiscais, a qual impede apreensões em flagrantes (somente permite multas) e beneficia transportes clandestinos.
18/10/2022 08:26
Um em cada três empresários industriais do Brasil cita que o País deveria investir mais em conectividade. É o que aponta pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria, para a necessidade cada vez mais latente de tecnologia para a produção e para o avanço da indústria 4.0. Para os entrevistados, a demora para cobertura mais ampla do 5G (15%), a velocidade da internet (13%) e a falta de disponibilidade de fibra ótica (5%) encabeçam a percepção sobre onde deve haver mais investimentos em conectividade envolvendo a infraestrutura de telecomunicações. A pesquisa encomendada pela CNI foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou 2.500 executivos de grandes e médias indústrias de diferentes setores, nas 27 unidades da Federação, sendo 500 em cada região, entre 23 de junho e 9 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.