27 SET 2024 | ATUALIZADO 18:25
Retratos do Oeste
15/11/2015 09:13
Atualizado
13/12/2018 20:16

Ataque terrorista na França e a matança no Brasil, o que um tem a ver com o outro?

O que penso numa lauda

Sábado, dia 14, véspera da Proclamação da República, dois homens armados chegaram a um bar na Rua São Sebastião, no bairro Cidade Nova, zona oeste de Natal, mandaram as pessoas se afastarem e abriram fogo contra o cabo PM Marcos Aurélio Lopes. Antes de fugirem, pegaram a pistola .40 do policial e o terminaram de matar.

Este tipo de ocorrência está se tornando rotina, sendo desnecessário lembrar inúmeros outros casos de PMs assassinados friamente no RN e/ou em vários outros estados do Brasil com destaque principal para Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Alagoas e Ceará (o tiro no policial é um tiro no Estado), assim como não precisa lembrar (não podemos esquecer) que quase 60 mil são assassinados no Brasil/ano, num média de 164 assassinatos/dia.

Sexta, dia 13, cerca de dez homens do Estado Islâmico (assumiram), numa ação coordenada, abriram fogo na região metropolitana de Paris, deixando quase 130 pessoas mortas e mais de 300 baleadas (entre elas, três brasileiros), destas aproximadamente 90 em estado muito grave. Os ataques principais foram na famosa casa de show Bataclan e nas imediações do Stade de France, na cidade de Saint-Denis, que fica ao norte da capital Paris, onde estava sendo realizado um jogo amistoso entre as seleções da França e da Alemanha. O presidente Fraçois Hollande estava assistindo.

Este tipo de ocorrência está se tornando rotina no mundo. E não é de hoje. O ataque ao Word Trade Center, em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos da América, foi o mais conhecido, mas inúmeros outros ataques em várias outras partes do mundo ceifaram milhares de vidas com a mesma crueldade. Em Beirute, há poucos dias, foram 41 mortos e 180 feridos num ataque a bomba. Destaque, ainda, para os Países africanos, onde grupos radicais como o Boko Haran estão fazendo uma carnificina, com milhares de mortes.

E  qual a relação do atentado terrorista a França e o atentado igualmente grave a policiais e civis no Brasil? A resposta é simples: nos dois casos as autoridades sabem quem são os responsáveis (eles confessam abertamente), porém não conseguem identificá-los entre as outras pessoas nas ruas (nossos algozes nascem e crescem entre nós) e, nos dois casos, também, as autoridades responsáveis prometeram resposta rápida e implacável.

Considerando o tempo que já faz que terroristas Islâmicos e criminosos no Brasil atacam e continuam atacando com a mesma brutalidade, com níveis iguais ou piores de letalidade, já é possível considerar que as medidas adotadas, mesmo aquelas classificadas como rápidas e implacáveis, não surtiram efeito. Observando o cenário de horror com mais cautela, pode-se concluir, inclusive, que o quadro está piorando. Algo diferente tem que ser feito.

Vai aqui uma sugestão ideológica e política simples: que tal o Estado continuar investindo para combater o avanço do terrorismo proporcionado pelo Estado Islâmico e também contra a matança de policiais e civis no Brasil, porém reforçar em dez vezes, no mínimo, os investimentos na formação das pessoas para viver bem, com saúde e em paz?

Que tal o cidadão ter acesso a políticas públicas para reestruturar a família; ter acesso a religião para, entre outros benefícios, crescer com o sentimento do perdão no coração; ter acesso a um tipo de escola pública que permita ser bem alfabetizado (ler, escrever e fazer contas), aprendendo a se alimentar e a fazer exercícios para crescer com saúde física e mental, e nesta mesma escola ter acesso a atividades culturais (dança, música, teatro, artes plásticas ...), assim como a formação profissional de qualidade, para quando adulto contribuir, realmente, com a evolução da humanidade e não destruí-la com ataques terroristas.

É o que penso numa lauda.

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