22 NOV 2024 | ATUALIZADO 10:40
POLÍTICA
Da redação
18/08/2016 02:03
Atualizado
13/12/2018 08:24

“Os eleitores são, em sua maioria, um bando de pidão”, critica Herval Sampaio sobre cultura da venda de votos nas eleições

Juiz destaca que a grande parte das infrações registradas em campanhas vem dos próprios eleitores. “Estão banalizando a importância do voto”, afirmou Herval em conversa com o Mossoró Hoje.
O juiz Herval Sampaio Júnior criticou fortemente a cultura da venda de votos nas eleições. Segundo o magistrado, grande parte das infrações registradas nos pleitos é cometida pelos próprios eleitores, que, segundo ele, estão banalizando a importância do voto.

“Os eleitores são, na sua maioria, um bando de ‘pidão’. Acabem com essa mania. Vamos pedir para a melhoria da coletividade, da saúde, da segurança pública, da educação, vamos ver quem são os candidatos que têm propostas reais, com plano de governo montado, conhecer o passado de cada um. Vamos escutar, vamos acreditar. Não querer pedir um emprego na Prefeitura, uma vaga em uma empresa terceirizada, um cimento, tijolos, pagar água, luz. Nessa situação quem se prejudica é o povo”, ressaltou.

Herval também pontuou as dificuldades de se constatar o crime da venda de votos, obstáculo que ele enfrentou quando presidiu as campanhas municipais de 2012 e 2014. “O leitor é o maior partícipe dos crimes que acontecem. Vamos acabar com essa ‘marmota’. Em 2012, nós sabíamos que tinha muita gente vendendo seus votos, mas é muito difícil flagrar essas pessoas. Por que? Porque o candidato que compra vai entregar? Não vai. Claro que tem candidatos sérios, que já estão até constrangidos, porque querem levar propostas e encontram os eleitores pedindo tudo”, diz o juiz.

As críticas de Herval também são direcionadas aos políticos que encontram na compra de votos o meio mais fácil de chegar ao poder. “O político que compra o voto não tem compromisso com ninguém, uma vez que o voto não é conquistado com ideias e propostas, aí surge uma estrutura de poder pelo poder. Ilicitamente adquire-se o poder e o exerce também de forma ilícita”, aponta o juiz, que em 2016 não atuará oficialmente na fiscalização da campanha eleitoral, mas garante que estará atento a tudo que acontecer, enquanto cidadão.

“Vou atuar como cidadão, como estudioso do direito eleitoral. Vão dizer que estou mais uma vez querendo ‘aparecer’, podem falar o que quiserem, estarei ao lado do povo para auxiliá-los e da imprensa para evitar distorções. Temos que ter o pensamento social, de melhorar esse sistema político que está totalmente falido, e como se faz isso? Conscientizando sobre a importância do voto”, conclui.

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