A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encomendou ao Instituto Datafolha uma pesquisa sobre a opinião dos brasileiros quanto ao financiamento de empresas as campanhas políticas. Segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados são contra a doação de empresas e rejeitam o financiamento de campanha pelas empresas.
O Datafolha ouviu 2.125 entrevistados, em 135 municípios, entre os dias 9 e 13 de junho. Desse total, 16% são favoráveis a esses repasses e outros 10% não opinaram. A pesquisa apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Ainda segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados avaliou que a corrupção é estimulada por doações de empresários para o financiamento de campanhas, 12% não apontam relação e 9% não tem opinião formada a respeito.
A OAB é autora de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pede a inconstitucionalidade de doações privadas para abastecer campanhas. O julgamento foi suspenso há mais de um ano pelo ministro Gilmar Mendes que pediu mais prazo para examinar o caso.
Cartel
Após a divulgação dos resultados da pesquisa do Datafolha, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a OAB e afirmou que a Instituição representativa dos Advogados não tem credibilidade, não tem transparência e não passa de um cartel.
"A OAB não tem muita credibilidade há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes. A OAB é um cartel, é um cartel de uma eleição indireta, de um poder feito com movimento de milhões sem fiscalização. Então a OAB tem que ser questionada em muitos pontos dela, a OAB precisa ser mais transparente", afirmpu Cunha.
De acordo com a ONG Transparência Brasil, Eduardo Cunha, que é defensor do financiamento empresarial de campanha, declarou ter recebido aproximadamente R$ 3,4 milhões em 2010 para sua campanha a deputado federal, dos quais R$ 3,3 milhões foram doados por empresas.
Partidos
O levantamento também ouviu os entrevistados sobre a preferência partidária. 75% dos entrevistados declararam que não tem preferência por nenhuma legenda. 7% disseram preferir o PT, 5% o PSDB e outros 5% o PMDB.