Após o depoimento do ex-lobista e consultor Júlio Camargo - feita depois que sua delação premiada foi retificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) - afirmando que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria recebido propina no valor de US$ 5 milhões, referente a dois contratos de manunteção em navios-sondas, Camargo entrega à investigadores da operação Lava Jato comprovantes de 35 depósitos em nome de offshores controladas por Fernando Baiano.
A partir desses extratos bancários, o juiz federal Sérgio Moro, magistrado titular do caso na primeira instância judicial do Paraná, iniciou o rastreamento e analisa as movimentações financeiras em todas as contas que tiveram sigilos quebrados por autoridades no exterior. O trabalho dos investigadores objetiva verificar se as informações prestadas por Camargo são verdadeiras.
São documentos de empresas offshore (uma empresa offshore é uma empresa registrada em um país que oferece um sistema de paraíso fiscal) destinadas à movimentação de valores supostamente desviados da Petrobras e que eram operadas pelo ex-diretor da área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e ao operador das propinas do PMDB, Fernando Baiano, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
Os documentos sob investigação correspondem a cinco empresas internacionais controladas pelos suspeitos. Às offshores Three Lions Energy Inc, Pentagram Energy Corp, Falcon Equity, Marbury Investment & Finance, Russel Advisors e Forbal, terão suas movimentações compartilhadas com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot e caberá a ele a decisão de acusar ou não Eduardo Cunha por crime de corrupção.
Defesa
O Deputado Eduardo Cunha afirma que não tem envolvimento com a trama criminosa. Segundo ele, o delator teria sido orientado a mudar a versão dos fatos sob orientação de Janot e com a anuência da presidente Dilma Rousseff, cuja campanha eleitoral é alvo de suspeita de financiamento ilegal.