Após ser autorizado pela presidente Dilma Rousseff e algumas semanas de conversas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fecharam ontem (10) um entendimento em torno de 28 medidas com as quais Levy pretende reestruturar a economia do país e superar o imobilismo imposto pela crise política e superar as dificuldades encontradas na Câmara, sob a presidência de Eduardo Cunha (PMDN-RJ).
O ministro Joaquim Levy ficou de dar uma resposta, depois de analisar a chamada "Agenda Brasil", às 16h de 4ª feira (12) a respeito de quais temas o Planalto considera mais prioritários - e politicamente viáveis. O ministro da Fazenda deverá apresentar a posição do governo a Renan Calheiros e a um grupo de líderes de siglas pró-Dilma.
Para Levy, a agenda "estruturante" que o Senado deve aprovar mostra que "a opção não é ficar sentado comendo batatas fritas e lamentando que vamos perder o grau de investimento", mas sim trabalhar para "a economia engrenar", disse o ministro. A base das propostas é aumentar a produtividade da economia, dar maior segurança jurídica e reduzir os custo dos investimentos, além de obter segurança nas contas públicas.
A chamada “Agenda Brasil" está dividida em três áreas: “Melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura"", “Equilíbrio Fiscal"" e “Proteção Social"". O texto traz propostas novas e defende algumas que já estão em discussão, como a “Lei de Responsabilidade das Estatais".
Segundo Renan Calheiros, não será um “liberou geral"", mas uma regularização de quem já atua de maneira terceirizada. “O país não pode ignorar que existem hoje 13 milhões de trabalhadores terceirizados"", diz o peemedebista. Para o presidente do Senado, o país precisa enfrentar esse passivo regulatório para se tornar mais atraente para investimentos e “para que o Brasil não perca o grau de investimento que está para ser reavaliado pelas agências de classificação de risco"".
Levy, que esteve por duas vezes ontem na casa de Renan, disse que os senadores já deram indicações de que "estão preparando as condições para a gente entrar nessa nova fase, passando da fase de puro ajuste fiscal, pegar coisas que estamos fazendo e botar numa agenda mais formal".