29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
POLÍTICA
POR NETO QUEIROZ
24/01/2019 23:36
Atualizado
22/04/2019 15:35

[OPINIÃO] Bolsonaro e Fátima precisam mostrar para onde querem levar o barco

Olhando agora os governos de Jair Bolsonaro e Fátima Bezerra, penso que o que eu temia está se concretizando. O barco ´pode estar à deriva.
Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, e Bolsonaro presidente do Brasil

Todas as vezes quando pensava sobre meu voto a presidente da República e a governador do Estado na eleição passada, meu principal critério era escolher alguém que soubesse para onde levaria o barco que se já se encontrava em alto mar.

Identificar se esse porto era o adequado, o melhor onde aportar, o mais seguro, era uma outra história. Contentei-me apenas em escolher um timoneiro que soubesse guiar o barco, que tivesse consciência do que estava fazendo. Era o suficiente.

Olhando agora os governos de Jair Bolsonaro e Fátima Bezerra, penso que o que eu temia está se concretizando. O barco ´pode estar à deriva.

No plano nacional, depois de dois meses de transição e mais 24 dias de gestão, o presidente Bolsonaro demonstra governar o País guiado pelo horóscopo matinal. Anuncia de manhã e desfaz à tarde. O vai-e-vem do Governo tira-lhe a credibilidade das medidas.

Fátima Bezerra sinalizou a mesma indecisão no caso da proibição do pagamento das licenças prêmios e o recuo no dia seguinte. Fez que ia, mas não foi.

Não duvido das boas intenções de Bolsonaro, nem de Fátima. Não estou no ringue com os pugilistas de redes sociais que acreditam piamente nos que lhe são partidários e satanizam os contrários.

A principal moeda de Bolsonaro e Fátima, em início de governo, é justamente o peso das votações obtidas nas urnas. Elas funcionam como avalista para as medidas a serem tomadas. Todos esperam um pacote de medidas que indique o curso da navegação.

Mas precisa haver um pacote. 

Bolsonaro e Fátima precisam indicar em quais caminhos estão apostando. Pode ser o melhor caminho ou não, mas eles precisam mostrar convicção de que sabem o que estão fazendo.

As idas e vindas geram desconfiança. Os recuos revelam que não há certeza sobre nada, não há um fio de condução. Os anúncios mais parecem um bazar de ofertas, gritadas ao sabor dos humores do dia. 

O mais grave é que o estoque de confiança e paciência dado nas urnas se esvai muito rapidamente, principalmente quando o governo se mostra indeciso. 

É necessário, é vital, é urgente que Bolsonaro e Fátima parem de tratar a gestão como colcha de retalhos, queremos o esboço do pacote completo, organizado, sinalizando para onde querem ir. E que a tripulação entenda e siga as ordens de quem comanda.

Sob pena do barco se perder no mar rapidamente.

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