Lançando um olhar sobre a política mossoroense com vislumbres sobre o que possa ocorrer na disputa municipal do ano que vem, a grosso modo se observa a oposição dividida em três blocos.
De um lado o PT que assumiu o governo do Estado e tem na deputada estadual eleita, Isolda Dantas, um nome com potencial para disputar a Prefeitura.
Noutra ponta o deputado estadual eleito, Allyson Bezerra e o ex-candidato a deputado federal Lawrence Amorim, ambos do Solidariedade, sinalizam que querem ser protagonistas no processo sucessório local.
E noutra frente, Tião Couto e Jorge do Rosário, ambos do PR, que disputaram a última eleição municipal tendo desempenho invejável, permanecem com um capital eleitoral em Mossoró que os credencia para uma segunda tentativa.
Alguém pode até perguntar: Rosalba será candidata mais uma vez? Penso que certamente o fará, pois lhe falta um nome que possa substitui-la na sucessão com musculatura para uma vitória. Embora haja desgaste da gestão, Rosalba permanece como candidata forte a reeleição.
Não é necessário dizer que mantida a divisão oposicionista em três blocos, Rosalba desde já agradece a facilidade que obterá num provável projeto de reeleição.
A princípio não haveria um fosso profundo que impedisse as três frentes de oposição de conversarem entre si e buscarem uma linha de condução que abrigasse a todos, fortalecendo a construção de um projeto alternativo para se opor a Rosalba.
Contudo, não houve até agora conversa entre as oposições, pelo menos que viesse ao conhecimento público. Cada um está cuidando do seu território e olhando, é claro, o território do vizinho. Mas sabem da necessidade de conversar o quanto antes, sob pena de Rosalba ficar reinando sozinha e tranquilo no solo mossoroense diante de uma oposição batendo cabeça.
Não vejo dificuldades num diálogo da oposição, desde que cada um tivesse em mente o propósito maior. O caminho seria buscar o viés comum a todos os lados, justamente a construção do projeto alternativo para oferecer a população uma nova opção. O descaminho é a prevalência de projetos pessoais de poder, o que resultaria, cedo ou tarde, em fissuras.
Acho que seria muito bom para Mossoró a união dos grupos de oposição para delinear uma linha de atuação conjunta e produtiva. Seria bom para a cidade. Rosalba, no seu projeto de reeleição, teria que se esforçar cada vez mais no êxito de sua gestão atual, para viabilizar a reeleição.
Em 2020, caberia ao eleitor decidir.