Na próxima terça-feira, dia 7, a sociedade mossoroense vai decidir, em Tribunal do Júri Popular, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, pela punição ou não de 4 dos acusados dos cinco acusados de praticarem a chacina no "Baile da Favela", ocorrida às 23 horas do dia 11 de março de 2017, no bairro Boa Vista, em Mossoró/RN.
Réus
- Felipe Martins dos Santos, o 'Playboy', nascido em 1985, residente no bairro Rosa dos Ventos, em Parnamirim, na Grande Natal.
- Marlon Bruno da Silva Nascimento, o 'Shampoo', nascido em 1990, residente no bairro Planalto 13 de Maio, em Mossoró/RN.
- Francisco Josenilson da Silva, o 'John', nascido em 1992, residente no bairro Santo Antônio, zona norte de Mossoró/RN
- Abdiel da Silva Domiciano, o 'Galadim', nascido em 1994, residente no bairro Santo Antônio, zona norte de Mossoró/RN.
Vítimas (mortos)
Eriely Amanda de Souza Neves, de 21 anos
Jocie Morais da Fonseca, de 20 anos
Eduardo Nunes Farias, de 19 anos
Israel Gomes Bezerra, de 19 anos
Kaynan Gomes, conhecido como 'Mc Kay', de 16 anos
Vítimas (sobreviventes)
Ronald Kainnã Barbosa Gomes
Lucas de Lima rezende
Gabriela Almeida
João Felipe Cavalcante da Silva
Artur David Araújo de Almeida
Antônia Graziella Cavalcante
Obs: Existem várias outras vítimas que foram baleados e conseguiram sobreviver, mas que fugiram para não serem ouvidas no processo, com medo.
O juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros deve iniciar o Júri Popular por volta das 8h30, procedendo o sorteio dos sete membros do Conselho de Sentença e, em seguida, iniciando as oitivas das testemunhas e principalmente dos quatro réus presos.
O promotor de Justiça Italo Moreira Martins vai representar o Ministério Público Estadual no júri. Caberá a Italo Moreira expor o caso aos sete membros da sociedade de tal maneira para que eles entendam perfeitamente e votem os quesitos propostos de forma justa.
Já na defesa dos réus está previsto a atuação do defensor público Diego Melo da Fonseca e dos renomados advogados professores Olavo Hamilton e Paulo Afonso Linhares, que tem pós-doutorado em Harvard, nos Estados Unidos da América.
Diego Melo atuará na defesa dos réus Abdiel da Silva Domiciano e Francisco Josenilson da Silva, já os advogados Olavo Hamilton Aires Freire de Andrade e Paulo Afonso Linhares estão inscritos para atuarem em defesa do réu Felipe Martins dos Santos, que liderou o ataque.
Os réus irão responder por cinco assassinatos e mais cinco tentativas de homicídio. É que muitas das vítimas se esconderam. Algumas fugiram para outras cidades. No dia do ataque, pelo menos 12 pessoas deram entradas com marcas de tiros no HRTM.
Além dos quatro que estão presos e vão a júri nesta terça-feira, a Polícia Civil apontou com precisão que um adolescente também foi apreendido, mas não vai a julgamento. Neste caso, a punição será aplicada pela Justiça da Vara da Infância e da Juventude de Mossoró.
No processo, são mais de 10 testemunhas, muitos dos que foram baleados na chacina. O julgamento não tem horário previsto para ser concluído.
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A chacina
Na ocasião do ataque, centenas de jovens estavam se divertindo no que seria um baile funk, intitulado de "Baile da Favela", realizado no Rom Buffet, no bairro Boa Vista, realizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), para fortalecer suas bases em Mossoró.
Já a facção Sindicato do RN, que tem com líder o Felipe Martins dos Santos, o Play Boy, que veio de Parnamirim, para demarcar território em Mossoró, tendo alugado várias casas para dá cobertura os membros da facção e para fugir das ações policiais, liderou o ataque.
No ataque (23h do dia 11 de março de 2017) ficou evidente nos laudos do Instituto Técnico-científico de Perícia que a intenção do Sindicato do RN era matar o máximo de pessoas possíveis na festa do PCC. Era mais do que um ataque. Uma demonstração de poder.
Os assassinos chegaram atirando, usando armas de grosso calibre. Derrubavam as vítimas com tiros e depois efetuavam tiros a queima roupa na cabeça, o que se configura execução, contrariando o que está escrito na denúncia inicial do Ministério Público estadual.
A investigação
A Polícia Civil conseguiu chegar aos assassinos e prende-los. Teve confissão de alguns e de outros não. O trabalho realizado pela Delegacia de Homicídios de Mossoró contou com apoio da sociedade, que forneceu informações a respeito do caso e dos criminosos.
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