Uma carga de 1 tonelada de cocaína foi apreendida em meio a um carregamento de mangas no Porto de Natal, na tarde desta segunda-feira (13). A operação só foi confirmada pela assessoria da Polícia Federal durante a noite.
Segundo a PF, a descoberta dos 951 tabletes da droga se deu em decorrência de uma análise de situações suspeitas naquele terminal portuário onde a fiscalização vem sendo intensificada nos últimos meses.
Essa é a terceira apreensão registrada em 2019, no terminal marítimo. As primeiras aconteceram em fevereiro, quando, em dois dias, 3,3 toneladas do entorpecente foram encontradas junto a frutas que seguiam para a Europa.
Por causa das apreensões, a única empresa que faz o transporte de cargas de Natal para Roterdã, na Holanda, suspendeu as atividades locais em março, até que o porto tomasse medidas de segurança. As operações, porém, foram retomadas no início de abril.
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Em nota, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), afirmou que "o entorpecente foi detectado acondicionado no contêiner, levando a crer que não foi inserido dentro da área portuária".
Além disso, afirmou que realiza uma "série de aprimoramentos" na segurança do porto, de forma a recuperar a certificação do Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias (ISPS CODE) e obtenção de um escâner.
ROTA DO TRÁFICO INTERNACIONAL
Somadas, as apreensões de fevereiro e outras realizadas pela polícia holandesa desde outubro do ano passado chegaram a 10 toneladas de cocaína.
No Porto de Roterdã, conforme a Receita Federal, a primeira apreensão de drogas que se tem notícia – feita em meio a um carregamento de frutas que partiu de Natal – aconteceu em outubro de 2018.
Na ocasião, foram encontradas 2,3 toneladas de cocaína. Depois, em janeiro, foram descobertos mais 408 quilos. E ainda houve, no dia 13 de fevereiro, a apreensão de 1.850 quilos.
Na época das primeiras apreensões, o delegado federal Agostinho Cascardo, da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Norte, revelou que, pelo DNA da coca, foi possível descobrir que a cocaína que chega ao Rio Grande do Norte para depois ser consumida na Europa é produzida na Colômbia, Peru e Bolívia. Porém, o delegado preferiu não traçar um percurso específico percorrido pela droga antes de chegar a Natal.