O deputado federal Beto Rosado, do PP, usou suas redes sociais para dizer que o decreto do governo Bolsonaro, abrindo o mercado brasileiro para o sal chileno, não prejudicou os salineiros do Rio Grande do Norte e afirmou que os "governos de esquerda" de estão com ciúmes.
Segundo ele, o vídeo é para desmistificar o que está sendo dito pelos "blogs de esquerda" e garante que a industrial salineira está funcionando em sua plenitude e que a suspensão da medida antidumping não prejudica a produção de sal no RN.
"Nós hoje temos condições e concorrer por igual", destaca o deputado, que repete que o sal está bem organizado no RN e finaliza dizendo que a indústria do sal vai se desenvolver cada vez mais. "Valeu, pessoal", finaliza o deputado Beto Rosado.
Vídeo do Beto Rosado
Após o vídeo, os salineiros, através de seu representante legal, Renato Fernandes, postaram um vídeo afirmando que somente as entidades representantes dos salineiros no RN e no RN estão autorizadas a falar em nome da categoria.
Vídeo de Renato Fernandes
Ao contrário do que informou o deputado Beto Rosado, os salineiros do Rio Grande do Norte enfrentam sérios problemas para se manter no mercado, sendo um deles a questão da invasão do sal chileno e outro a questão de estrutura de embarque de sal.
Segundo Renato Fernandes, o sal do RN precisa de uma atenção especial, pois funciona como vacina em massa para diversas doenças. Reconhece como conquista o decreto tornando o sal de interesse social e com preocupação o decreto isentando o sal do Chile no Brasil.
Na prática, o presidente Bolsonaro ao assinar o decreto tornando o sal potiguar de interesse social, deu uma mão, um primeiro passo, para o ciclo econômico do sal continuar no Brasil, porém, ao abrir o mercado brasileiro para o sal chileno, tirou com as duas o que deu com uma.
Para o sal do Rio Grande do Norte concorrer de igual para igual com o sal chileno, é preciso muito mais do que o decreto de interesse social. É preciso principalmente proteção de mercado, condições de embarque (Porto Ilha enfrenta dificuldades), resolver as questões tributárias e etc.
Fernandes defende a tese de união dos salineiros e principalmente da classe política do Rio Grande do Norte, inclusive do próprio Beto Rosado, para buscar meios junto aos governos do Estado e Federal que possam garantir os atuais 15 mil empregos diretos e impostos na casa de 150 milhões/ano aos cofres públicos do Estado. Existe mercado e a meta é ampliar o desenvolvimento econômico através da indústria do sal.