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SAÚDE
DA REDAÇÃO E COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL
18/11/2019 10:59
Atualizado
18/11/2019 16:23

Método Canguru para bebês prematuros completa 40 anos de existência

O Método Canguru tira os bebês que nascem prematuros e abaixo do peso do isolamento e possibilita um contato mais humanizado entre mãe e filho durante o tratamento neonatal, aumentando as chances de sobrevivência dessa criança. Em Mossoró, o método é utilizado no Hospital Maternidade Almeida Castro, em 18 leitos, divididos em 3 patologias.
Método Canguru para bebês prematuros completa 40 anos de existência.
FOTO: REPRODUÇÃO

Quando uma criança nasce prematura e abaixo do peso, o bebê é levado imediatamente para a incubadora. Até quatro décadas atrás, esse recém-nascido tinha que ficar isolado da mãe porque os médicos temiam principalmente o risco de infecções.

Criado em 1979, em Bogotá, na Colômbia, o Método Canguru tira os bebês desse isolamento e estabelece o protagonismo materno no tratamento neonatal.

Os bebês são colocados em posição vertical no colo da mãe ou do pai, amparados por um tecido, como se fossem filhotes de canguru e podem ficar ali por horas.

Não é que as incubadoras passem a ser substituídas, mas essa tecnologia humanizada funciona como um complemento importante no tratamento.

“As incubadoras são muito boas, a tecnologia é muito apropriada para a saúde e a sobrevivência das crianças. O que fizemos foi permitir que as mães entrassem em todos os serviços de recém-nascidos, assim o bebê ficava com a pessoa mais importante para ele,” afirma Hector Martinez, pediatra e criador do Método Canguru.

Além do vínculo afetivo que é fortalecido com esse contato pele a pele diário, os benefícios da prática incluem regularização da temperatura do bebê – por causa do calor do colo dos pais – e ganho de peso.

“O Método Canguru favorece muito o aleitamento materno. Todas as pesquisas realizadas demonstram que os bebês que utilizam o método mamam por mais tempo exclusivamente no peito, e a mãe tem facilidade maior para amamentar,” ressalta a pediatra neonatologista e consultora do Ministério da Saúde Zeni Lamy, que também é uma das precursoras da introdução da prática no Brasil.

De acordo com Edilene Torquato, assistente social da Maternidade Almeida Castro, em Mossoró, o método também é extremamente importante para diminuir os índices de abandono de bebês que nascem prematuros.

“Algumas mães, quando têm o bebê prematuro, não é o bebê que foi imaginado por elas. Ela imaginou um bebê gordinho, saudável e, de repente, se depara com um bebê desnutrido, pequenininho, pesando gramas e ela, a princípio, não reconhece aquela criança como filho, o que muitas veze leva a depressão pós-parto. Então o método serve também para fortalecer esse vínculo, pra fazer com que ela tenha contato com essa criança e diminua os índices de abandono”, explicou.

Edilene ainda reforça que é de extrema importância que o método seja vivenciado por toda a família, não apenas pela mãe.

“A participação do pai é fundamental, dos irmãos mais velhos, dos avós, da rede de apoio desta mulher. O bebê prematuro não pode conhecer só a mãe, ele tem que conhecer a família. A família tem que aprender a cuidar daquele bebê e não jogar apenas em cima da mãe a responsabilidade de dar amor e carinho. Nós temos que trazer a família para dentro desse método tão importante no serviço de neonatologia”, conclui Edilene.

Hoje o Hospital Maternidade Almeida Castro possui 18 leitos de Canguru, divididos em 3 patologias. Além destes, o HMAC ainda possui 17 leitos de UTI Neonatal (UTIN) e 15 leitos de Berçário, com taxa de ocupação superior a 95%.


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