27 NOV 2024 | ATUALIZADO 10:51
SAÚDE
31/01/2020 12:02
Atualizado
31/01/2020 12:02

RN é o primeiro estado a criar protocolo de atuação contra possíveis casos de coronavírus

O protocolo, divulgado nesta sexta-feira (31) pela Sesap, vai proporcionar uma orientação a todas as equipes de saúde que receberão os possíveis doentes infectados pelo vírus. Entre as atividades já desenvolvidas estão a criação de uma Nota Técnica, com informações para a população e profissionais da saúde sobre a prevenção e combate a doença.
FOTO: DIVULGAÇÃO

O Rio Grande do Norte é o primeiro estado do Brasil a construir e publicar um Protocolo Clínico sobre o novo coronavírus (2019-nCoV). O instrumento irá proporcionar uma orientação a todas as equipes de saúde que receberão os possíveis doentes infectados pelo vírus.

Essa iniciativa e as demais ações de planejamento e prevenção para a possível circulação do coronavírus foram apresentadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) à imprensa potiguar, na manhã desta sexta-feira (31).

Além do protocolo, entre as atividades já desenvolvidas estão a criação de uma Nota Técnica, com informações para a população e profissionais da saúde sobre o novo coronavírus, e um Fluxo de Atendimento aos casos suspeitos do 2019-nCoV.

O secretário adjunto da saúde, Petrônio Spinelli, explicou que todas as medidas tomadas até o momento são de caráter preventivo.

“Estamos em contato permanente com as autoridades de saúde do país como forma de precaução e antecipação aos fatos. Não há motivo para pânico e a sociedade pode confiar que a Sesap está tomando todas as medidas e organizando fluxos para termos condições técnicas e assistenciais para uma boa resposta a esta emergência de saúde internacional”, afirmou Petrônio.

O Ministério da Saúde ainda não determinou o bloqueio ou controle excessivo da entrada de passageiros nos portos e aeroportos, mas já existem planos de contingência específicos e fluxos determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Estabelecemos parcerias importantes com a Anvisa, UFRN e Sociedade norte-rio-grandense de Infectologia no sentido de nos anteciparmos para a ocorrência de casos suspeitos no RN. Fizemos reuniões com diretores dos hospitais públicos e privados e lançamos o primeiro protocolo clínico do Brasil para uniformizar o manejo dos pacientes”, explicou Alessandra Lucchesi, subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap.

Inicialmente os hospitais de referência para atendimentos dos possíveis casos suspeitos são o Giselda Trigueiro e Maria Alice Fernandes em Natal. Caso necessário, também serão inseridos os hospitais Rafael Fernandes, em Mossoró, e Telecila Freitas Fontes, em Caicó.

De acordo com André Prudente, infectologista e diretor do Hospital Giselda Trigueiro, o índice de letalidade do novo coronavírus é menor que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) ou outros vírus respiratórios.

“Estamos equipando uma enfermaria que estava desativada no Giselda Trigueiro, com 25 leitos semi-intensivos. Todas as medidas estão sendo tomadas para que se chegar o vírus no Rio Grande do Norte a gente está apto a atender. O novo coronavírus pode ser transmitido a qualquer pessoa do mundo já que ninguém tem imunidade contra ele, mas ele não possui uma alta letalidade se compararmos aos dados de quando surgiu o Sars”, destacou o médico.

André ainda pontuou sobre as medidas de prevenção, que se assemelham as da gripe: “É importante lavar as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas, evitar contato próximo com pessoas doentes, ficar em casa quando estiver doente, cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e neste momento, evitar viagens à China”.

HISTÓRICO

Os coronavírus causam infecções respiratórias e intestinais em humanos e animais, são altamente patogênicos, como o responsável por causar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) que surgiu em 2002.

Em relação a infecção humana pelo Novo coronavírus (2019-nCoV) não se sabe completamente a respeito do quadro clínico, nem se existe ainda um padrão de infectividade e transmissibilidade.

A disseminação da doença iniciou na cidade de Wuhan, na China. Mas, ainda não está claro com que facilidade esse novo coronavírus se espalha, bem como não foi definido a forma de transmissão.

Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como tosse.

Até o momento, foram notificados 9.720 casos na China do Novo Coronavírus, sendo que em outros 20 países mais de 100 pacientes estão infectados.

No Brasil, até esta sexta-feira (31), são nove casos suspeitos (Minhas Gerais (1), Rio de Janeiros (1), Rio Grande do Sul (2), São Paulo (3), Paraná (1), Ceará (1)), todos com sintomas leves, que estão sendo investigados por precaução.


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário