O Instituto Metrópole Digital (IMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolveu uma plataforma voltada para o gerenciamento inteligente de leitos na rede de saúde pública e privada.
O objetivo é ajudar a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) no combate ao novo Coronavírus (Covid-19).
A ferramenta digital vem sendo usada pela Sesap desde a sexta-feira (3) e permite que os gestores em saúde tenham informações, em tempo real, de quantos leitos as unidades de saúde possuem para atender casos de Covid-19.
Também identifica quantos deles são para pacientes com suspeita da doença, quantos para casos confirmados, quantos de UTI, e como está a ocupação de cada um deles.
A plataforma, que tem usabilidade fácil e até intuitiva, é alimentada por pessoas destacadas para isso em cada unidade de saúde.
Dentre outras vantagens, seu uso permite a alocação e realocação de doentes de maneira mais rápida, de acordo com protocolos de pessoas com suspeita da doença ou com a infecção confirmada, casos graves ou com sintomatologia mais leve.
UNIDADES CADASTRADAS
O coordenador de fluxos assistenciais da Sesap, o médico Giordano Bruno dos Santos, informa que todas as 56 unidades de saúde referenciadas para o atendimento de casos de Covid-19 já estão cadastradas na plataforma. Isso tanto na rede pública como na rede privada, o que permite o gerenciamento, até o momento, de 367 leitos.
“Com a plataforma, nós conseguimos ter um cenário atualizado de pacientes internados, que são os mais graves, em todo o estado, por região e por unidade de saúde. Outra grande utilidade é conseguir priorizar a oferta de exames para o Covid-19 para os pacientes considerados mais graves”, explica Giordano dos Santos.
Outro benefício que o sistema vai proporcionar é uma rápida visualização de unidades que estejam no seu limite em termos do número de vagas em relação à demanda de doentes. Isso permitirá à Sesap atuar para reorganizar a destinação dos pacientes de acordo com a capacidade de cada hospital ou UPA, por exemplo.
O coordenador de fluxos assistenciais da Sesap conta que, antes da ferramenta, o gerenciamento de leitos era realizado por meio de planilhas de Excell.
“Era apenas quantitativo. Não conseguíamos ter um cenário mais fidedigno dos casos mais graves e individuais”, diz ele.
Para o diretor de Tecnologia da Informação do IMD, o professor Itamir Barroca Filho, “a ferramenta tem um potencial muito grande de combate ao Covid-19 e temos recebido um feedback muito positivo, porque está ajudando as unidades no recebimento de pacientes”.
Itamir Barroca também é coordenador do Projeto SigSaúde, no âmbito do qual foi desenvolvida a plataforma de gerenciamento de leitos para a Sesap.
Ao todo, sete pessoas da equipe desse projeto do IMD, entre professores e estudantes bolsistas, atuaram em regime intensivo para desenvolver a ferramenta, que teve sua primeira versão pronta em apenas três dias.
O modelo que a Sesap começou a empregar na sexta-feira passada já se trata de uma versão melhorada e atualizada.
“Ficamos orgulhosos em ajudar, de ter o IMD contribuindo para o combate ao Coronavírus com uma ferramenta efetiva e de uso estratégico para as autoridades de saúde”, afirma Itamir Barroca. Segundo ele, nada impede que secretarias de saúde de outros estados também usem a plataforma, caso desejem, o que poderia ser feito mediante convênio com a UFRN.
Realizado no âmbito do IMD, o Projeto Sigsaúde tem como objetivo principal desenvolver uma plataforma computacional de dados clínicos voltada para otimização dos fluxos de trabalhos e integração de informações nos serviços de saúde da UFRN. Atualmente, a plataforma já possui várias funcionalidades implementadas e em uso.