Ludimilla Oliveira foi nomeada como Reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). O próprio presidente Jair Bolsonaro confirmou a nomeação da professora na manhã desta sexta-feira (21).
A informação foi dada durante a inauguração do residencial Ministro Aluízio Alves, no bairro Bela Vista, em Mossoró, realizada pelo presidente.
“Também quero dar uma boa notícia aqui. Cabou de publicar no Diário Oficial da União a posse da professora Ludimilla como reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Parabéns, Rio Grande do Norte”, disse Bolsonaro.
A eleição para escolha da lista tríplice da Ufersa foi realizada em 15 de junho e teve como primeiro colocado o professor Rodrigo Codes. Em seguida vieram os professores Jean Berg, em segundo lugar, e Ludimilla Oliveira, em terceiro.
A lista não define imediatamente quem será empossado no novo cargo, cabendo ao Presidente da República a função de escolher o reitor entre os três mais bem votado.
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No entanto, esta escolha sempre se tratou de uma mera formalidade, visto que os presidentes anteriores sempre respeitaram a democracia do pleitos e nomearam o candidato mais bem votado da lista. Esta é a primeira vez que o terceiro candidato é nomeado para ocupar a reitoria.
O professora Jean Berg, segundo colocado, já havia afirmado que não aceitaria a nomeação caso fosse escolhido. Ludmilla, no entanto, terceira colocada, sempre deixou claro que não tinha objeções para assumir.
“Triste e desmotivada”, disse a universitária Gabrielle Soares sobre como se sentiu ao saber da nomeação de Ludimilla. “Eu fico triste com essa escolha, porque ela não foi escolhida pelos alunos, não foi escolhida pela classe docente. Se for olhar em números absolutos ela ficou atrás até do quarto colocado, então ela nem deveria estar nessa lista tríplice. Então se a comunidade estudantil quisesse ela como reitora, ela teria ficado em primeiro e não em terceiro só por conta dos pesos. É triste ver a escolha da comunidade estudantil sendo desrespeitada”, disse.
O MOSSORÓ HOJE também conversou 3 com servidoras da Ufersa. Todas pediram para não serem identificadas, com medo de perseguição. “A Política dentro da Ufersa é forte”, disse uma delas.
Ao ser questionada se havia gostado do nome escolhido por Bolsonaro para a reitoria, a primeira delas afirmou que sim. Segundo ela, a universidade precisa de mudanças.
“A Ufersa tem a mesma gestão desde a época de Josivan. Ele foi diretor, depois reitor, em seguida apoiou Arimatéia que ganhou. Agora o candidato de Arimateia ganhou. Então desde a época de Josivan, as mesmas pessoas dentro da Ufersa ocupam os mesmo cargos, tipo viraram donos dos seus cargos comissionados. Então muita gente dentro da universidade quer mudanças e eu sou uma das que querem a mudança”.
A servidora ainda frisou a história da Professora Ludmila dentro da instituição, diz que entende que o fato de ela ter aceitado assumir a reitoria mesmo tendo ficado em terceiro “meio que apagou a história dela dentro da universidade, mas eu tenho esperança com a nomeação dela, esses cargos comissionados que se tornaram vitalícios sejam revistos”, concluiu.
A segunda servidora entrevistada disse que acha a nomeação de Ludimilla injusta, por desrespeitar a escolha da maioria.
“Eu acho injusta a nomeação dela já que a maioria escolheu outro candidato. A democracia não foi respeitada”, disse.
O MOSSORÓ HOJE perguntou se ela acredita que essa escolha possa trazer consequências negativas para a universidade e ela respondeu que “é possível que sim, vai depender da gestão dela. Acho que vai gerar insatisfação da comunidade acadêmica por não ter sido atendida”, disse.
Já a terceira servidora disse que embora tenha votado em Ludimilla e defendido ela antes da votação, acha que ela não deveria ter sido nomeada agora.
“Não tô feliz. E olhe que votei nela viu? Tenho uma relação pessoal com ela muito boa, mas defendi a nomeação do primeiro colocado”.
Sobre o fato de ser a primeira mulher reitora da universidade, a servidora disse que não se vê representada. “Como feminista, sempre estive em defesa das mulheres e do que nos é de direito. Mas, nesse caso, a professora Ludimila não foi a primeira colocada e, sendo nomeada, eu a vejo como uma interventora na Ufersa”.