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MUNDO
23/10/2020 19:39
Atualizado
23/10/2020 19:51

Por que é difícil apagar os incêndios no Pantanal?

O fogo já incinerou 3,461 milhões de hectares na região. O balanço foi divulgado no início do mês de outubro pela governo do Mato Grosso do Sul.
O fogo já incinerou 3,461 milhões de hectares na região. O balanço foi divulgado no início do mês de outubro pela governo do Mato Grosso do Sul.
Foto: CMBS

Há meses o Pantanal, na região centro-oeste do Brasil, arde. As imagens noticiadas  pelas redes sociais ou em veículos de imprensa chocam. Ao analisar os dados, o  susto é ainda pior. O fogo já incinerou 3,461 milhões de hectares na região. O  balanço foi divulgado no início do mês de outubro pela governo do Mato Grosso do  Sul.

As informações divulgadas pelo governo estadual mostram que apenas no Mato  Grosso do Sul o bioma já perdeu 1,408 milhão de hectares. Além disso, no Mato  Grosso, as chamas consumiram outros 2,053 milhões de hectares. Cada hectare  corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial. 

Convertida, a área incinerada equivale a 34,6 mil quilômetros quadrados. Um  território maior que Alagoas, com seus 27,8 mil km².  Essa é uma situação aflige os brasileiros há pelo menos três meses. A Força  Nacional e integrantes do Corpo de Bombeiros tentam conter o fogo, mas a tarefa  não é fácil. O Exército também já foi convocado, mas os esforços parecem em vão,  quando as chamas se espalham rapidamente. 

Desde o início deste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais  (Inpe), já foram registrados 15,4 mil focos de calor (que costumam representar incêndios) no Pantanal. É o maior número no período desde 1999, primeiro ano analisado pelo monitoramento que virou referência para acompanhar as queimadas no país. 

Enquanto a situação não melhora, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é pressionado no cargo, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Ambos, no entanto, tem minimizado o impacto dos incêndios no bioma do Pantanal. Essa notícia não é  boa, já que salvar o Pantanal depende das ações do poder público. 

Diante desse cenário, pesquisadores e estudiosos, entre biólogos e ambientalistas, se perguntam porque é tão difícil apagar o fogo do Pantanal. Apesar dos esforços, nada parece surtir efeito na região ao longo dos últimos meses. 

Um dos motivos apontados é o período extremamente seco pelo qual passa o centro-oeste brasileiro em 2020. Entre outubro e março, a região do Pantanal, importante área úmida do planeta, teve volume de chuva 40% menor que a média do mesmo período em anos anteriores, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Outro fator que impacta o combate aos fogos tem a ver com uma característica local, o chamado fogo subterrâneo. Os sucessivos períodos de secas e cheias nas estações da região criam camadas de matéria orgânica no solo. Os brigadistas costumam dizer que é como se fosse um sanduíche: uma camada de terra, outra de vegetação, outra de terra, e por aí vai. 

Há também a incidência do vento. Pessoas que combatem o fogo no Pantanal, entre brigadistas e voluntários, afirmam que são pegas de surpresa com a mudança na direção dos ventos. Essas mudanças repentinas acabam por conduzir as chamas e acender pequenas brasas, que dificultam qualquer tentativa de apagar o fogo.

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