Uma ventania, ocorrida no início da noite desta terça-feira (14), causou um grande estrago em diversas residências do município de Olho D’água do Borges, na região do médio do oeste do Rio Grande do Norte.
O fenômeno meteorológico aconteceu por volta das 18h30. Fotos enviadas à reportagem do MOSSORÓ HOJE mostram casas destelhadas, forro de lojas destruídos e até o ginásio de esportes do município teve parte do teto arrancado pela força do vento.
Ariel Fernandes, que é porteiro de uma escola estadual, conta que foi um acontecimento rápido, pouca quantidade de chuva, acompanhada de ventos muito fortes e muitos relâmpagos. Explica que apesar do pouco tempo, provocou muito pânico devido a violência com que se deu.
“Foi uma coisa assustadora. Eu pensava que a casa ia cair em cima de nós. Tudo no escuro, era telha caindo, pancada das linhas do alpendre, tudo voou, foi assustador mesmo, eu nunca tinha visto na minha vida, ainda estou em choque”, disse Ariel.
A casa onde ele vive com a família, no Conjunto Alfredo Xavier, perdeu várias telhas, mas a parte mais afetada foi o alpendre. As linhas de madeira foram arrancadas pela força do vento, umas delas acabou dentro do quintal da casa do vizinho.
Hoje (15), os moradores amanheceram fazendo a limpeza das casas e contabilizando os prejuízos que, felizmente, foram apenas materiais.
“Foi apavorante. Apesar de tá tudo no escuro, num tava vendo nada, só via o povo gritando aqui dentro de casa e eu mandando se abaixar e botar a mão na cabeça. Pedimos a Deus pra passar e passou. Graças a Deus, não aconteceu nada de grave, só danos materiais mesmo. Agradeço a Deus que eu e minha família estamos bem”, disse.
CASO SEMELHANTE
Em outubro de 2020, um fenômeno parecido aconteceu no município de Itaú. Na época, uma chuva de 55 milímetros, com rajadas de ventos, raios e trovões, assustou os moradores, derrubou a placa da entrada da cidade, árvores e a antiga torre que transmitia os sinais via parabólica para as residências.
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O MOSSORÓ HOJE conversou com o meteorologista da Ufersa, Professor José Espínola, sobre o fenômeno ocorrido em Olho D'água do Borges nesta terça.
Espínola explicou que a universidade não tem estação meteorológica na cidade, a mais próxima fica no município de Caraúbas. Devido a isto, não é possível saber qual a velocidade do vento que causou tanto estrago nesta terça.
Diz, no entanto, que esses eventos de ventanias e vendavais são mais frequentes nos meses de setembro e outubro, que são os meses mais secos e quentes.
Explica que o fenômeno pode ter sido ocasionado pelas altas temperaturas da região.
“Ontem, lá em Caraúbas, por exemplo, foi registrado, às 14h, 37º à sombra, o que não deve ter sido muito diferente lá de Olho D’água do Borges. O vento é formado pela diferença de pressão atmosférica entre duas localidades, então numa época dessa agora, quando você tem grandes diferenças de temperatura entre pontos, você tem também uma grande diferença de pressão e, consequentemente, valores de velocidade do vento elevados. É um evento perfeitamente novela, nessa epoca”, concluiu o professor.