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SAÚDE
Da redação
25/10/2015 13:23
Atualizado
13/12/2018 10:13

Violência contra a mulher é tema da redação do Enem 2015

Hoje (25) é o segundo dia de prova do exame e também o mais temido por muitos candidatos, justamente pela elaboração da redação.
Josemário Alves

Da Agencia Brasil

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no perfil da instituição no Twitter. Hoje (25) é o segundo dia de prova do exame e também o mais temido por muitos candidatos, justamente pela elaboração da redação.

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Os portões para entrar nos locais de prova fecharam às 13h, no horário de Brasília, e as provas terão duração de cinco horas e 30 minutos. Os candidatos precisarão responder a 45 questões de linguagens e códigos, 45 de matemática e produzir uma redação.

Alguns cuidados devem ser tomados pelo estudante hoje à tarde. As redações com sete linhas ou menos receberão nota zero. Também terão a nota da redação zerada os candidatos que deixarem a folha em branco, fugirem do tema proposto ou fizerem qualquer brincadeira ou deboche. A estrutura deve ser dissertativo-argumentativa, ou seja, os candidatos devem expor argumentos relacionados ao tema da redação, elaborando-os de forma consistente e coerente.

A proposta de redação do Enem sempre vem acompanhada de textos que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem seus próprios textos. No entanto, o estudante não deve se restringir às ideias ali apresentadas, copiar trechos ou torná-los parte de sua argumentação. Tais procedimentos podem fazer com que o candidato perca pontos na avaliação de competências.

Como nos anos anteriores, para obter a nota máxima (1.000), o texto deve cumprir bem cinco competências exigidas pelo Ministério da Educação (MEC). O título não é obrigatório. Cada competência tem cinco faixas que vão de 0 a 200 pontos: domínio da norma-padrão da língua escrita, compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos.

O primeiro dia de prova foi considerado "tranquilo" pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante balanço. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 364 candidatos foram eliminados do exame. Destes, 330 portavam equipamentos inadequados na sala de aula e 34 foram identificados com objetos proibidos pelos detectores de metal. A abstenção ficou em 25,31%, número menor comparado a 2014.

 

Professor avalia que tema da redação do ENEM 2015 foi coerente

Ao abordar questões de gênero, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostrou coerência com os conteúdos cobrados dos estudantes, na avaliação do professor e coordenador de Português do Dinatos COC, Patric Moreira.

Na prova de hoje (25), a redação pede que os candidatos elaborem um texto dissertativo-argumentativo a partir do tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Ontem (24), a prova trouxe uma questão sobre igualdade de gênero na área de ciências humanas, com uma citação da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir, que virou tema mais comentado pelos estudantes.

“É um assunto muito em voga. Todo mundo vem falando muito desse tema, inclusive de pensar em igualdade de gêneros. O candidato poderá abordar isso e também refletir por que a mulher ainda sofre tanta discriminação, chegando inclusive a casos de violência”, disse Moreira à Agência Brasil.

Segundo o professor, a escolha do tema foi acertada pois o assunto é muito atual e discutido intensamente nas redes sociais e, por isso, não deve trazer tanta dificuldade para os candidatos. “Se ele se atentou ao que a prova estabeleceu ontem, de pensar nessas diferenças, hoje ele estará preparado para abordar o tema”, comentou.

Moreira avalia que vai se destacar o candidato que conseguir construir uma proposta de texto que avance no debate. “A violência vem se reproduzindo desde muito tempo e o problema é que isso não acaba. De repente, construir uma proposta de intervenção para este fato é que vai ser o grande diferencial”, disse Moreira.

O professor destacou que existe legislação sobre violência contra mulheres e que, portanto, não há novidade em abordar as leis. “Como o tema está falando sobre persistência, a ideia é de pensar por que isso persiste já que temos uma lei, a Lei Maria da Penha, que pune os agressores. Então, de repente, além de ter um processo de fiscalização melhor da Lei, [o candidato] pode pensar em abordar como a mulher pode se sentir mais à vontade em denunciar essa violência, de não acobertar”, pontuou.

Para o professor uma sugestão seria escrever sobre estratégias de como dar mais voz para as mulheres agredidas, “para que elas consigam ter coragem para ir contra esses atos violentos, esses opressores”, acrescentou.

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