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05/12/2021 17:21
Atualizado
08/12/2021 13:30

“Eu só não fiz chover, mas eu dancei a dança da chuva”, diz o cantor Marcus Lucenna

A declaração do cantor, compositor, escritor e poeta Marcus Lucenna foi em entrevista exclusiva ao MH esta semana, no Restaurante O Rancho, em Mossoró, onde visita amigos e vai lançar no próximo dia 7, com show, o livro Marcus Lucenna na Corte do Rei Luz, pela editora Queima Bucha. Conheça a história do mossoense que construiu carreira no Rio de Janeiro e que hoje é pré-candidato a deputado federal pelo PSB, da cidade de Miguel Pereira-RJ.
“Eu só não fiz chover, mas eu dancei a dança da chuva”, diz o cantor Marcus Lucenna. A declaração do cantor, compositor, escritor e poeta Marcus Lucenna foi em entrevista exclusiva ao MH esta semana, no Restaurante O Rancho, em Mossoró, onde visita amigos e vai lançar no próximo dia 7, com show, o livro Marcus Lucenna na Corte do Rei Luz, pela editora Queima Bucha.
Foto: Rosano Azevedo

“Eu só não fiz chover, mas eu dancei a dança da chuva”, disse o cantor e compositor, escritor mossoroenses Marcus Lucenna, falando do que fez para sobreviver da música, conquistar o seu espaço e hoje se apresentar como pré-candidato a deputado federal pelo Partido Social Brasileiro pelo município de Miguel Pereira, no Estado do Rio de Janeiro.

O MH conversou esta semana com Lucenna por cerca de 20 minutos no Restaurante O Rancho, em Mossoró-RN. No próximo dia 7 de setembro, as 17 horas, no Auditório da Estação das Artes Elizeu Ventania, vai lançar o seu 16º álbum da carreira: Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz. “Tem segredos da vida de Seu Luiz, que não consta em nenhuma biografia dele”, diz.

Antes de ser visto e lançado o mundo da música, no Estado do Rio de Janeiro, Marcus Lucenna disse que enfrentou uma barra difícil. Acreditava que indo morar na capital fluminense, tivesse a mão do já famoso Carlos André para chegar as grandes gravadoras. Mas não foi assim que aconteceu. Foi lançado por Pedrinho dos Fevers. Já está no 16º álbum.

Sendo que este último álbum é uma produção de Daniel Gonzaga, neto do reio do baião. Na trajetória que o tornou conhecido como o Cantador dos Qu4tro Cantos, Lucenna se revelou um músico talentoso, de boa voz, excelente compositor e cordelista dos bons, considera o presidente da Academia Mossoroense de Literatura de Cordel, Gualter Alencar.


No Rio de Janeiro, Marcus Lucenna encontrou um cenário um tanto preocupante: gente de todos os estados Nordeste, muitos deles precisando e ajuda. Fala-se em algo em torno de 3 milhões de nordestinos tentando a vida somente no estado do Rio de Janeiro. Conhecido por ser costurador de amizades, oferecendo gentileza e respeito ao próximo, o Cantador dos Qu4tro Cantos, passou a ajudar seus conterrâneos, despertando-o sua veia política.

Quanto eu cheguei no Rio de Janeiro, em 1977, Raul Seixas havia estourado com a música “O dia que a terra parou”, mas não foi o “maluco beleza” que inspirou a veia poética de Marcus Lucenna. Sua grande paixão era mesmo a música de Luiz Gonzaga, que ele teve a honra de conhecer e posteriormente pesquisou profundamente sobre a vida de Gonzagão.

Seja através de suas músicas ou livros, ou até mesmo o respirar, ecoa o nordestino no peito de Marcus Lucenna. Para o poeta popular, editor e cartunista Klévisson Vianna, “Marcos Lucenna nos representa muito bem, com muita dignidade aonde quer que se apresente”, trecho da “orelha” do livro Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz.

Na ocasião do lançamento do livro Marcos Lucenna na Corte do Rei Luiz, está previsto um show do escritor. O presidente da Academia Mossoroense de Literatura de Cortel, Gualter Alencar, agendou também a posse da poetisa Magaly Holanda e está previsto improvisos dos poetas acadêmicos.

Sobre Marcus Lucenna

SAIBA MAIS SOBRE O MOSSOROENSE MARCUS LUCENNA

Cantor, compositor, poeta e músico por profissão, Marcus Lucenna é conhecido como “O Cantador dos Qu4tro Cantos” pela sua trajetória no ramo artístico e andanças pelo Brasil. Marcada pelo ecletismo, sua jornada musical passa pelo pé-de-serra e segue pelo brega, cantoria de viola, tango, rumba, lambada, chorinho e tudo mais que representa a alma do povo brasileiro e latino-americano.

Natural da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, adquiriu gosto pela música por influência do pai, que, além de radialista, é poeta, repentista e cordelista. E também do seu “heroivô”, como costuma chamar seu avô, com quem ouviu, em um showmício na cidade natal, em 1968, “Asa Branca” pela primeira vez. A música vinha diretamente da voz daquele que viria ser a sua principal inspiração: Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião.

CHEGADA AO RIO – Em 1977, aos 16 anos, desembarcou no Rio de Janeiro com o sonho de fazer carreira na vida artística. Além de Luiz Gonzaga, sua inspiração vinha dos cantadores-repentistas, dos emboladores de coco, dos cordelistas e de nomes como Jackson do Pandeiro, Raul Seixas, Belchior, Fagner, Ednardo, no Brasil, e Bob Dylan, Charles Aznavour e Jaques Brel, no exterior.

Começou cantando no calçadão de Copacabana, onde com seu carisma e qualidade musical encantou cariocas e turistas. Ali conheceu gente influente do meio musical e da sociedade carioca. Entre eles, os atores e cantores Mário Lago e Zezé Mota, Zé do Norte – o autor de “Mulher Rendeira”, trilha do filme O Cangaceiro, premiado em Cannes – e Jaguar, editor dO Pasquim, jornal que lhe prestou os primeiros louros da carreira.

PRODUÇÃO FONOGRÁFICA – O primeiro LP (Cantolínia Psicordélica) veio em 1989, pela Polygram, uma das maiores gravadoras do mundo à época. O álbum foi gravado na companhia de grandes artistas da MPB, como Joca de Natal, Zé Américo e Severo do Acordeon. O disco foi o pontapé inicial para uma produção fonográfica que envolve 4 vinis e 11 CDs – o 16º produzido, e deve ser lançado agora em dezembro. Produzido por Daniel Gonzaga, neto de Luiz Gonzaga, “O Cantador dos Quatro Cantos” será virá a público pelo selo Cellula, de Daniel. A proposta do novo disco é reconectar o forró a sua origem: o baião e os repentistas.

PARCERIAS – Embora se considere um artista um tanto solitário, acumula na carreira diversas parcerias importantes. Musicou letras ou teve poemas musicados por nomes como Luiz Vieira, Mirabô, Capinam, Mario Lago Filho, Maria Rio Branco, Vicente Telles, Zé Lima, Roque da Paraíba, Edson Show, Chico Pessoa e Zé do Norte.

No mais recente CD, Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz, lançado em agosto de 2018, contou com a companhia do poeta-cantador Maciel Melo, autor do grande sucesso Caboclo Sonhador, que Lucenna acrescentou ao disco; do maestro Adelson Viana, considerado sucessor de Dominguinhos; Marcelo Mimoso, que interpretou Luiz Gonzaga no teatro; e Chambinho do Acordeon, que viveu o Rei do Baião no cinema. As vozes de Neidinha Rocha, integrante da Orquestra Sanfônica do Rio, e do cantor, compositor, radialista e produtor cultural Jadiel Guerra, também podem ser ouvidas no novo álbum.

Muitos desses artistas já dividiram palco com Marcus Lucenna, assim como fizeram músicos como Fagner, Elba Ramalho, Ednardo, Geraldo Azevedo e Tânia Alves.

Mas além da trajetória musical, Marcus Lucenna se destaca pelo engajamento em ações que valorizam e dão visibilidade ao seu ofício – a música e a poesia – e a cultura popular.

NA MÍDIA – No rádio, dirigiu e apresentou os primeiros programas regulares de forró em horário nobre no Rio, em emissoras como Imprensa FM e Tropical FM. Também esteve à frente dos programas “Nação Nordeste”, na Rádio Viva Rio, do Sistema Globo, e “Marcus Lucenna – a Voz do Povo”, na Rádio Carioca AM. Atualmente, desde setembro de 2019, comanda todas as manhãs o programa “Nação Nordeste”, um revival da Rádio Viva, mas desta vez na Rádio Metropolitana.

Na TV, dirigiu, produziu e apresentou “Marcus Lucenna De Repente”, programa da NGT (canal 17 da NET). E em jornal, assinou a coluna “Canto do Povo Nordestino”, do Povo do Rio, e fundou o “Nação Nordeste”. Também esteve do outro lado do balcão, como entrevistado e artista convidado em importantes programas televisivos, como Jô Soares e Domingão do Faustão, da TV Globo.

FEIRA DE SÃO CRISTÓVÃO – Idealizador de projetos de valorização da cultura popular e em defesa das causas do migrante nordestino, ocupou por 6 anos o cargo de gestor do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a famosa feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Não só impediu que a Feira fosse retirada do bairro por força da especulação imobiliária, como liderou o movimento que a levou para dentro do Pavilhão de São Cristóvão, onde está localizada até hoje.

Foi representante dos forrozeiros do Rio no Fórum Forró de Raiz RJ, movimento do Rio de Janeiro que luta pelo tombamento desse gênero musical como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Sua militância gerou bons resultados. A titulação, concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) está prevista para o próximo dia 13 de dezembro¸ data do aniversário de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró. E esse é um dos motivos que o leva a receber, recorrentemente, importantes condecorações. No dia 10 de dezembroro, receberá o título de Cidadão Exuense, em Exu (PE), terra do Rei do Bião.

Amante das letras, principalmente das manifestações literárias nordestinas, Marcus Lucenna ocupa a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Morador do bairro do Flamengo, no Rio, também foi condecorado com os títulos de Cidadão Fluminense, pela Assembléia Legislativa, e Cidadão Carioca, pela Câmara de Vereadores. No momento, é pré-candidato a Deputado Federal nas próximas eleições pelo PSB.

Aos 61 anos, é pai de cinco filhos, avô de quatro netos e um súdito fiel do Rei Luiz Gonzaga, levando seu legado artístico e de vida aos qu4tro cantos do país.


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