20 SET 2024 | ATUALIZADO 22:22
POLÍTICA
Da redação
04/11/2015 07:01
Atualizado
14/12/2018 04:06

Relator do processo de cassação de Cunha será escolhido nesta quarta

Segundo o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), o relator será escolhido pela sua imparcialidade e preparo na condução do processo até o fim.
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deverá escolher, nesta quarta-feira (04), o relator do processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), o relator será escolhido pela sua imparcialidade e preparo na condução do processo até o fim.

Por sorteio realizado nessa terça-feira (03), os possíveis relatores, todos de partidos da base governista, estão os nomes dos deputados Fausto Pinato (PRB-SP), que tem boa relação com Cunha, Vinícius Gurgel (PR-AP), declarado aliado do presidente da Câmara, e Zé Geraldo (PT-BA), cujo partido quer evitar confrontos com o peemedebista.

Nos bastidores, Fausto Pinato é apontado como favorito para assumir a relatoria. O deputado paulista é apontado como o que teria maiores condições de manter a imparcialidade na análise do processo contra Cunha. Por ser advogado e membro ca Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é visto como tecnicamente o mais preparado da lista tríplice.

O MOSSORÓ HOJE preparou um breve perfil de cada um dos possíveis relatores. Confira:

José Geraldo (PT-PA) - Integrante da corrente majoritária do PT, ligado aos sindicatos rurais e aliado do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em seu estado, Zé Geraldo está em seu segundo mandato como integrante do Conselho de Ética. Ano passado, tentou ajudar, com manobras protelatórias, o então colega de partido, o deputado cassado André Vargas, no processo por quebra de decoro. No caso de Cunha, Zé Geraldo vê “indícios fortes” de que o presidente da Câmara mentiu à CPI da Petrobras ao negar ter contas além das declaradas no imposto de renda. O petista também afirmou, há duas semanas, considerar a situação de Cunha “insustentável politicamente”. Mas não assinou o pedido de abertura de processo contra o peemedebista, que teve o apoio de mais da metade da bancada do PT. Zé Geraldo diz que poderá conversar sobre o caso com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o ex-presidente Lula, que defende que o partido foque em aprovar o ajuste fiscal, em vez de derrubar Cunha.

Fausto Pinato (PRB-SP) - Mais cotado para ser o relator do processo de cassação de Eduardo Cunha, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) está em seu primeiro mandato na Câmara, eleito na esteira da expressiva votação de Celso Russomano (PRB-SP). O deputado é acusado por falso testemunho contra um suposto inimigo do pai dele em um processo que subiu para o Supremo Tribunal Federal depois que ele foi eleito. Apesar de defender que o processo contra Cunha siga adiante no Conselho de Ética, Pinato mantém uma relação próxima com o entorno do presidente da Câmara. Russomano diz que, se escolhido, Pinato não será submetido a qualquer pressão por parte do PRB. “O partido é que vai acompanhar o relator”, disse Russomano. Seu partido apoiou a eleição de Cunha para a presidência da Câmara, mas Pinato afirma que, na verdade, o PRB rachou e vários deputados da legenda acabaram votando em Arlindo Chinaglia (PT-SP), que era o candidato do Palácio do Planalto. Pinato participou da articulação, no início do ano, que elegeu José Carlos Araújo (PSD-BA) para a presidência do conselho, derrotando o candidato de Cunha.

Vinícius Gurgel (PR-AP) - Aliado de Eduardo Cunha, Vinícius Gurgel (PR-AP) é um dos deputados “encrencados” com o STF, onde é investigado por crimes eleitorais e contra a ordem tributária. O deputado fez campanha para a eleição de Cunha à presidência da Câmara no início do ano, e inclusive foi o anfitrião de Cunha no Amapá. Em entrevista, disse que, apesar do apoio a Cunha, não se sente sob suspeita para relatar o caso. Diz não ser “amigo íntimo” do presidente da Câmara, já que um não frequenta a casa do outro. “A política é feita de momentos. Tem gente que apoiou a Dilma e hoje não é mais da base”, exemplificou. Vinícius já antecipou que, antes de decidir sobre a admissibilidade do processo, caso seja escolhido o relator, quer ter acesso à íntegra dos documentos que basearam a denúncia contra Cunha pela procuradoria-geral da República. Segundo colegas de partido, estava animado com a hipótese de ser escalado para a missão, a primeira de destaque que exerceria em seu segundo mandato.

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