20 SET 2024 | ATUALIZADO 22:22
POLÍTICA
Da redação
05/11/2015 04:52
Atualizado
14/12/2018 04:53

Cunha assume controle de contas na Suíça e prepara defesa

O deputado carioca é denunciado na operação Lava Jato, pelo desvio de pelo menos US$ 5 milhões da Petrobras, e alvo de processo de cassação na Câmara.
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O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumiu a aliados próximos que é mesmo o controlador das contas secretas atribuídas a ele pela justiça suíça e antecipou detalhes de sua defesa que apresentará ao Conselho de Ética no processo de sua cassação.

O deputado carioca é denunciado na operação Lava Jato, pelo desvio de pelo menos US$ 5 milhões da Petrobras, e alvo de processo de cassação na Câmara. De acordo com vasta documentação enviado ao Brasil pela Suíça, as contas era administradas por empresas controladas por Cunha e seus familiares como beneficiários.

O processo de cassação aberto no Conselho de Ética contra o peemedebista é referente a quebra de decoro parlamentar, ao ter faltado com a verdade ao depor na CPI, quando ele negou ter "qualquer tipo" de conta além da declarada à Receita Federal e negar que tinha empresas offshore.

Mesmo não estando previsto nas normas internas da Casa, mentir aos pares é considerado entre os políticos um motivo forte para cassação do mandato.

Defesa
Aos aliados, em conversa reservada, Cunha disse que foi questionado na CPI se era titular de contas e afirmou que isso ele não é, porque essas contas foram registradas por empresas que abriu fora do país.

Em sua defesa, o presidente da Câmara dirá que o dinheiro movimentado em suas contas na Suíça tem como origem negócios legítimos que ele teria feito nos anos 80 e 90, antes mesmo dele entrar na política, e que seu erro foi não ter declarado as contas até hoje.

Uma das contas na Suíça está em nome de sua esposa, a jornalista Cláudia Cruz e, segundo Cunha, ela também não a tinha declarado porque sempre manteve saldo inferior ao mínimo que torna a declaração obrigatória.

Ainda em sua defesa, Cunha afirma categoricamente que não sabia a origem do depósito de 1,3 milhão de francos suíços, depositados em 2011, pelo lobista João Augusto Henriques.

Segundo deputados presentes na reunião, Cunha afirma possuir documentos para provar que está falando a verdade. Nos últimos dias, ele se reuniu várias vezes com seus advogados para finalizar a defesa que pretende apresentar ao Conselho de Ética.

Fragilidade
Reservadamente, alguns aliados de Eduardo Cunha apontam vários pontos de fragilidades no argumento de defesa, já que não resta dúvida de que ele e sua família eram os beneficiários e donos do dinheiro movimentado pelas contas.

Sucessão
Enquanto o presidente realiza diversas manobras para adiar o quanto pode seu processo de cassação no Conselho de Ética, o líder do próprio PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ) se articula e começa a buscar apoios entre os aliados de Cunha para uma possível candidatura a sucessão na Câmara.

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