21 SET 2024 | ATUALIZADO 18:26
POLÍCIA
Cezar Alves
08/03/2022 23:24
Atualizado
08/03/2022 23:50

TJP Mossoró: Médico acusado de matar Dona Chica pega 22 anos de prisão

Médico ortopedista Wilson Edino de Freitas Jales, de 48 anos, negou o crime, tendo acusado os comparsas, que por sua vez o acusaram. O crime chocou a região Oeste do Rio Grande do Norte pela perversidade dos criminosos. O principal acusado aguardou julgamento preso e volta para o mesmo lugar, para cumprir a sentença dada pela sociedade mossoroense. O outro acusado do caso, Leonardo Rodrigues, será julgado no próximo dia 28, também em Mossoró
Médico ortopedista Wilson Edino de Freitas Jales, de 48 anos, negou o crime, tendo acusado os comparsas, que por sua vez o acusaram. O crime chocou a região Oeste do Rio Grande do Norte pela perversidade dos criminosos. O principal acusado aguardou julgamento preso e volta para o mesmo lugar, para cumprir a sentença dada pela sociedade mossoroense. O outro acusado do caso, Leonardo Rodrigues, será julgado no próximo dia 28, também em Mossoró
Foto: Cezar Alves

O Tribunal do Júri Popular, em Mossoró-RN, condenou o médico Wilson Edino de Freitas Jales, de 48 anos, a 22 anos de prisão pelo assassinato brutal da senhora Francisca Alves da Silva Oliveira, na época com 68 anos, por pura maldade ,perto da cidade de Patu-RN.

Wilson Jales, que já está preso há 2 anos e 4 meses pelo crime, vai continuar preso, no Presídio Estadual em Ceará Mirim.  O crime aconteceu no dia 9 de janeiro de 2019, na RN 078, onde diariamente o casal de idoso faziam juntos exercícios matinais. 

Este processo é da Comarca de Patu e foi desaforado para ser julgado em Mossoró devido ao fato do médico ser temido na cidade, inclusive suspeito de outros crimes. Diante destes fatos, o Ministério Público Estadual solicitou que o processo fosse desaforado para Mossoró.

Além do médico Wilson Jales, também existiam outros três acusados: Júlio Ricardo Neto (retirado por falta de provas), Israel Franco de Oliveira (foi assassinado) e Leonardo Rodrigues do Nascimento (aguarda julgamento preso na cidade de Pau dos Ferros).

Os quatro havia passado o dia anterior ao assassinato, bebendo e usando drogas na cidade de Mossoró (um bar em frente a UPA do Bairro Santo Antônio), em Governador Dix Sept Rosado (casa de drinks) e foram presos após o crime num bar que vende drogas em Patu-RN.

A vítima, que é mais conhecida por Dona Chica, estava caminhando nas margens da RN 018, ao lado do marido Raimundo Nonato de Oliveira, de 71 anos, perto da cidade de Patu, quando os quatro pararam a camioneta do lado, o médico Wilson Jales desceu e matou Dona Chica.

Seu Raimundo Nonato narrou em seu depoimento em juízo que conseguiu sobreviver correndo para dentro do mato. Depois ele voltou ao local e encontrou a esposa já se vida. A perícia constatou que ela foi baleada três vezes, sendo duas vezes na cabeça.

O MPRN, em denúncia assinada pelo promotor Carlos Henrique Haper Cox, escreveu: “de acordo com o que se apurou no decorrer das investigações, tem-se que a motivação do crime por parte dos denunciados foi o sádico prazer de subtrair a vida de vítimas aleatórias, na espécie, um casal que realizava uma caminhada matinal”, destacou o promotor.

O julgamento começou de 9 horas da manhã desta terça-feira, 8, com o sorteio dos sete jurados do Conselho de Sentença, pelo juiz presidente TJP, Vagnos Kelly de Medeiros. Depois foram interrogadas a testemunha Sandro Régis (delegado) e a vítima Raimundo Nonato.

Os advogados de defesa Olavo Hamilton e Enock Jales, haviam arrolado cinco testemunhas, mas antes de começar os debates eles dispensaram as cinco. Em seu depoimento em juízo, o primeiro no caso, o médico Wilson Edino Jales negou ter matado Dona Chica.


Acusou o comparsa Leonardo Rodrigues do Nascimento, que não foi julgado devido a um problema técnica e deve ser levado a julgamento  pelo crime no dia 28 deste mês, também no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró-RN.

Na tese de negativa de autoria, a defesa expôs no julgamento dados apontando que Leonardo Rodrigues teria tido ajuda de Israel Franco de Oliveira, que já foi morto, no crime. Insistiram com a ideia de que Wilson Jales e Júlio Ricardo estavam dormindo no banco traseiro.

Entretanto, os depoimentos de Leonardo e Israel no processo, contando a história com riqueza de detalhes, restou aceita pelo Conselho de Sentença do TJP. A narrativa dos dois ganhou força, com o testemunho forte do delegado Sandro Régis, que na época trabalhava em Patu.


Ao contar como ocorreu a prisão e como ajudou ao delegado do caso, Dr. Paulo Nilo, o delegado Sandro Régis revelou detalhes impressionantes e estarrecedores ao mesmo tempo. Sua fala foi muito convincente, ao contrário de Wilson Jales.

Nos debates, os promotores designados pelo MPRN para o caso, Vinicius Lins Leão e Augusto Carlos Rocha de Lima, falaram inicialmente por 1h30. Os advogados de defesa Olavo Hamilton e Enock Jales (tio da vítima) falaram também por 1h30 precisamente.

Depois os promotores voltaram e falaram mais uma hora, sendo rebatido em seguida pelos advogados por mais uma hora. Ao final dos debates, por volta das 18h, com a fala emocionada do advogado Enock Jales pedindo ao conselho de sentença uma chance para Wilson Jales.

Em seguida, o juiz Vagnos Kelly pediu que todos se retirassem do Plenário, para transformar o ambiente em Sala Secreta (devido a pandemia). Os jurados decidiram pela condenação do réu por homicídio qualificado, porém o absolveram da acusação e tentativa de homicídio.


Na elaboração a sentença, o juiz Vagnos Kelly aplicou 22 anos de prisão, inicialmente em regime fechado para o médico Wilson Jales. Os promotores disseram que vão analisar a possiblidade de recorrer, para punir o médico também pela tentativa de homicídio.

A defesa também opinou que pretende recorrer, pois ver incoerência na forma como a pena foi aplicada ao réu. Ao final do júri, já saiu a definição de que no próximo dia 28 o outro acusado do caso, Leonardo Rodrigues, senta no banco dos réus, para responder pelo crime.


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