Os representantes dos médicos que estão em greve reclamando pagamentos atrasados por parte do Governo do Estado gravaram vídeo e denunciaram, nas redes sociais, as condições precárias de atendimento dentro do Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia. Disseram que devido a falta de fios corretos para fazer cirurgias ortopédicas, pelo menos sete pacientes tiveram que serem reoperados na unidade.
Ao lado do Ronaldo Fixina, da Clínica de Anestesiologia de Mossoró, Geraldo Ferreira, do Sindicato dos Médicos do RN, disse que sempre que vem a Mossoró visita o Hospital Regional Tarcísio Maia. Segundo ele, é prioridade fazê-lo. E, como sempre, ele destaca que as condições de atendimento no hospital são precárias, dificultando as condições de trabalho dos médicos e colocando em risco a vida dos pacientes.
Cita os casos de pacientes que fazem a cirurgia, ficam até três dias no setor de recuperação da anestesia, por não ter vaga nas enfermarias. Eles também denunciam a falta de material adequado para fazer os procedimentos cirúrgicos, em especial ortopédico.
Em texto, Geraldo Ferreira disse que já teve casos onde o paciente foi operado, mas teve que refazer a cirurgia devido ao uso de fios inadequados. “Parece incrível, mas recebemos o relato de que em uma determinada semana sete pacientes precisaram ser reoperados”.
Segue o relato de Geraldo Ferreira
“drgeraldoferreira
NOVO ANO, VELHOS PROBLEMAS NO TARCÍSIO MAIA EM MOSSORÓ
Visita ao Hospital Tarcísio Maia mostra a permanência dos problemas de sempre. Funcionários concursados insuficientes, o que obriga a alto número de médicos terceirizados. Na parte dos terceirizados, atraso de até seis meses nos pagamentos. Leitos hospitalares insuficientes, o que obriga pacientes a ficarem até três dias na sala de recuperação pós-cirúrgica, tendo alta de lá mesmo, por falta de vagas nas enfermarias. Na parte da Ortopedia, não falta material para cirurgias eletivas, já que é uma empresa terceirizada, enquanto isso nas urgências, faltam material como fios de aço, placas, parafusos. Encontramos também na conversa com os cirurgiões o mesmo problema que denunciamos o ano passado, uso de fios inadequados para o fechamento das cirurgias, o que provoca a reabertura da parede abdominal e necessidade de reoperação. Parece incrível, mas recebemos o relato de que em uma determinada semana sete pacientes precisaram ser reoperados.”