23 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:25
SAÚDE
ANNA PAULA BRITO
23/06/2023 11:00
Atualizado
23/06/2023 11:01

Diretor administrativo da Liga explica motivo de espera por tratamento exceder prazo estipulado em lei

O MOSSORÓ HOJE conversou, nesta sexta-feira (23), com Robson Amorim, diretor Administrativo e Financeiro da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), sobre a fila de pacientes a espera para início do tratamento oncológico, em Mossoró. Segundo ele, “infelizmente essa fila existe e a gente entende que não é um problema exclusivamente de Mossoró. A gente sabe que a secretaria de saúde de Mossoró não tem o recurso para tratar todos esses pacientes. A pactuação (com outros municípios) é feita de forma inferior a essa demanda, o câncer vem tendo número crescente ano após ano e isso vem gerando uma demanda muito maior do que o recurso existente”.
Diretor administrativo da Liga explica motivo de espera por tratamento exceder prazo estipulado em lei. O MOSSORÓ HOJE conversou, nesta sexta-feira (23), com Robson Amorim, diretor Administrativo e Financeiro da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), sobre a fila de pacientes a espera para início do tratamento oncológico, em Mossoró. Segundo ele, “infelizmente essa fila existe e a gente entende que não é um problema exclusivamente de Mossoró. A gente sabe que a secretaria de saúde de Mossoró não tem o recurso para tratar todos esses pacientes. A pactuação (com outros municípios) é feita de forma inferior a essa demanda, o câncer vem tendo número crescente ano após ano e isso vem gerando uma demanda muito maior do que o recurso existente”.
FOTO: ANNA PAULA BRITO

Nesta sexta-feira (23) a reportagem do Mossoró Hoje conversou com o diretor Administrativo e Financeiro da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), Robson Amorim, sobre a fila de pacientes para tratamento oncológico, em Mossoró.

Nesta semana, em pronunciamento na Câmara, o vereador Ozaniel Mesquita (União) pediu respeito em Mossoró à Lei Federal 12.732/2012, que determina que o paciente com câncer, quando diagnosticado com a doença, inicie o tratamento em até 60 dias.

Segundo ele, o prazo vem sendo excedido no município, com cerca de 264 pacientes na Central de Regulação, sendo 162 pessoas na Liga e 102 no Hospital Wilson Rosado.

Robson confirmou que a fila existe, mas que ela é dinâmica e que está sendo mudando, para mais ou para menos, tanto por conta do início dos tratamentos, quanto por motivos de surgimento de novos pacientes diagnosticados.

“Infelizmente essa fila existe. A gente entende que não é um problema exclusivamente de Mossoró. A gente sabe que a secretaria de saúde de Mossoró não tem recursos para tratar todos esses pacientes. A pactuação [com outros municípios] é feita de forma inferior a essa demanda, o câncer vem tendo número crescente ano após ano e isso vem gerando uma demanda muito maior do que o recurso existente. Então, de fato, essa fila existe, ela é dinâmica, meses ela tá um pouco maior, alguns meses ela tá um pouco menor, mas, infelizmente, essa fila de espera pelo tratamento até 60 dias ainda ocorre”, explica.

Mossoró é uma cidade polo, que atende pacientes de cerca de 60 a 80 municípios da região. Para isso, há uma pactuação, por meio da qual o município de origem paga um valor para enviar um determinado número de pacientes.

Segundo Robson, do número apresentado pelo vereador Ozaniel, poucos pacientes são efetivamente da cidade de Mossoró. Os demais vêm desses outros municípios atendidos pela Liga.

O que acontece, ainda segundo Robson, é que a pactuação entre os municípios é feita, muitas vezes, de forma subdimensionada. Ou seja, um determinado município contrata contra com Mossoró um número x de cirurgias e acaba enviando uma quantidade de pacientes superior ao que foi pactuado.

“Quando a gente vai pra prática, estes municípios demandam muito mais. Aparecem ao invés de 5 [pacientes] contratados, 10, 15, 20 e é nesse momento que a gente tem tido uma trava e esses pacientes têm ficado na fila, aguardando. Então aí você imagine, essa realidade de você contratar 5 e mandar 20, eu já estou dizendo que o último paciente que entrou nessa fila vai levar, pelo menos, quatro meses para conseguir realizar a cirurgia”, diz.

Atualmente, são 3 tipos de tratamentos aos quais os pacientes oncológicos podem ser submetidos, a depender do tipo e intensidade do câncer: Cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Ainda conforme Robson, a maior parte dos pacientes atendidos pela LMECC tem indicação para cirurgia. Apenas neste procedimento, o investimento do Sistema Único de Saúde por paciente gira em torno de R$ 10 mil. Caso haja indicação para os outros dois tipos de tratamentos, esse valor é ainda maior.

Para ele, uma solução viável para amenizar o problema, já tomando por base experiências bem sucedidas em outras localidades, seria haver uma articulação maior entre estado, município e governo federal, visando a liberação de mais recursos para a oncologia.

“É o que a gente entende que tem que ser feito. Infelizmente, os número crescem, a estimativa para 2025 é de 704 mil novos casos, então essa pressão pela demanda no serviço de oncologia vai ser crescente e a gente precisa que o governo do estado e o governo federal possam enviar mais recursos, a fim de que esses tratamentos sejam realizados”.

Robson ressalta, ainda, a urgência do início do tratamento que, muitas vezes, é determinante para que uma vida seja salva.

“Infelizmente o câncer, quando você perde uma semana, 15 dias, 30 dias, pode custar a vida de um paciente. Pode fazer com que esse tratamento não tenha mais uma perspectiva curativa, mas apenas de paliação”, conclui ele, reforçando que a Liga tem vaga para receber esses pacientes, dependendo apenas das autorizações para que os tratamento sejam realizados.


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