17 NOV 2024 | ATUALIZADO 19:34
ESTADO
22/10/2023 16:58
Atualizado
22/10/2023 18:05

Veja como não cair no golpe da "renda extra do PIX" via WhatsApp e Telegram

Várias vítimas e Mossoró e cidade vizinhas narraram ao MH que tiveram prejuízos que vão de R$ 2 mil a 15 mil nas últimas duas semanas. Os golpistas abordam as vítimas via WhatsApp, geralmente por meio de um número estrangeiro, oferecendo renda extra via PIX. Eles conseguem, mediante uma trama engenhosa, envolver as vítimas e tirar delas valores absurdamente altos. Veja como pedir ao Banco Central para bloquear a conta destino e tentar reaver os recursos roubados no MH.
Várias vítimas narraram ao MOSSORÓ HOJE que tiveram prejuízos que vão de R$ 2 mil a 15 mil nas últimas duas semanas. Os golpistas abordam as vítimas via WhatsApp, geralmente através de um número estangeiro, oferecendo renda extra via PIX. Eles conseguem através de uma trama engenhosa, envolver as vítimas e tirar delas valores absurdamente altos. Veja recuperar os valores perdidos acionando o Banco Central.

É inegável a facilidade que o PIX proporciona para fechar negociações rápidas, mesmo que as pessoas estejam em regiões distantes uma das outras no território brasileiro. A transferência é rápida e sem taxas. Porém, ao instituir o PIX, surgiu também um campo fértil para os golpistas.

O golpe do momento é o “renda extra no pix.

Como ocorre?

Primeiro o golpista, geralmente usando um número internacional e chamado de “recepcionista”, faz contato via WhatsApp com a vítima, oferecendo a oportunidade de cumprir tarefas simples, como curtir e comentar páginas do Instagram, YouTube, Tik tok, Google Maps, etc. Por cada tarefa, os golpistas pagam de R$ 10 a R$ 20 reais, no pix. Prometem, geralmente, que no final do dia, a vítima vai ter ganho de 500,00 a 1.500,00.

Após colocar a vítima na trama, o primeiro golpista apresenta o comparsa, que ele o chama de professor (a). Explica que é para ensinar como fazer as tarefas mais difíceis e mais rentáveis.

Sugere que as vítimas entrem, sem compromisso, num grupo do Telegrama, que chamam de “Grupo de Tarefas”. Neste grupo, a vítima assiste conversas no Chat, de dezenas de perfis mostrando extratos de depósitos e também recebendo de volta valores baixos e altos (chamam de salários), acrescidos dos juros de 30% e 60%. Estes perfis dos Chat também cumprem missões, iguais às que as vítimas estão sendo orientadas a cumprir. É uma forma bem articulada que os golpistas usam para convencer (tapear) as vítimas a continuarem na trama, até o golpe final, com desfalque que chega a R$ 50 mil ou mais.

Acrescentam que a próxima missão da vítima é comprar criptomoeadas, para, assim, o corretor destas moedas subir nas cotações e ter lucros. O valor da primeira compra de criptomoedas vai de 100,00 a 500,00. A compra é feita direto no site, que os golpistas indicam endereço. Eles ensinam como botar dinheiro na plataforma e como comprar as moedas eletrônicas. Prometem lucro de 30% no valor investido na “tarefa”. Na primeira “tarefa de compra”, os golpistas devolvem os recursos acrescidos dos 30%, também via pix. É relativamente rápido e tudo facilitado, para aumentar a confiança da vítima.

A esta altura, se a vítima ainda está no jogo, os golpistas selecionam aqueles mais afoitos neste grupo do Telegram e os convida para participarem de um grupo reservado, no mesmo Telegram. Prometem que neste grupo “seleto” vai permitir lucros altos, que vai de 30% a 60% dos valores investidos, assim como acabara de testemunhar na prática. Para tanto, estabelecem 4 tarefas para este grupo de vítimas cumprirem.

Cada tarefa, a vítima recebe a missão para comprar criptomoedas, por valores predeterminado aleatoriamente. Os valores que vão de R$ 100,00 a R$ 300,00. Para receber o valor de volta acrescido dos juros prometidos, precisa comprar um pouco mais, geralmente um complemento, de R$ 80 a R$ 150,00. Neste primeiro momento, o valor é devolvido com os juros de 30%, assim como ocorreu na outra fase do golpe.

Partem para a segunda tarefa, já dizendo que de agora em diante os valores referentes a segunda, terceira e quarta serão pagos ao final. Alegam que é para facilitar o lucro maior, de 60%. Pedem o primeiro PIX que vai de R$ 800,00 a R$ 5 mil, depositado na plataforma indicada por eles. A terceira tarefa já vai ser de R$ 4 ou R$ 10 mil. Juntando a segunda e a terceira missão, a vítima já mandou PIX que vai de R$ 10 a R$ 15 mil, em valores acumulados. É neste ponto que os golpistas dão a última missão, ou seja, a tacada final: pedem mais um pix de R$ 15 a R$ 30 mil na plataforma e a compra das critomoedas, para, só então, iniciar o processo de devolução dos valores usados acrescidos de juros.

Não devolvem!

Relatos de 6 vítimas que procuraram o Portal Mossoró Hoje. 

Histórias parecidas podem ser lidas também no G1 UOL, Estadão, O Liberal, Olhar Digital, O Capitalist

As vítimas podem reaver os valores "roubados" de volta

Veja como

Através da Lei 103 de 8 de junho de 2021, diz que a vítima deve fazer Boletim de Ocorrência e fazer uma reclamação no banco de sua conta, explicando os fatos. Anotem o protocolo. O banco aciona o Banco Central através do mecanismo que eles chamam de Mecanismo Especial de Devolução (MED). Com esta reclamação, o Banco Central terá onze dias para bloquear a conta destino do Pix, se lá ainda houver dinheiro, e devolver os valores de volta a conta da vítima. Menos de 5% vítimas reclamam os valores pedidos no Banco Central.  

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