O Tribunal do Júri Popular, após debates entre os advogados de defesa e o Ministério Público Estadual, decidiram pela inocência do autônomo Karlito Medeiros de Freitas, o Kaká, de 37 anos, da acusação de tentar matar os PMs Francisco de Lima Costa e Wanderley Freire da Silva, no final da tarde do dia 20 de janeiro de 2016, no final do Abolição IV, em Mossoró-RN.
Após instalado o júri, o réu foi ouvido pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros e interrogado pelo promotor Armando Lúcio Ribeiro e também pelos advogados de defesa Sergimar Francisco de Oliveira e Francisco Galdino de Andrade Neto.
Segundo consta na denúncia do ministério Público Estadual, os policiais estavam patrulhando a região oeste da cidade de Mossoró, quando teriam avistado um veículo tipo Veloster, sendo guiado por Kaká, que estava, segundo eles, em atitude suspeita. Daí decidiram abordá-lo.
Acrescenta que o réu não parou o carro e eles passaram a fazer acompanhamento tático, até que o veículo em fuga colidiu com um muro. Teria sido neste momento que o réu, ao descer do carro, teria atirado contra os PMs, sendo revidado a injusta agressão.
Os moradores do bairro narraram os fatos ao MOSSORÓ HOJE a época. PM troca tiros com suspeitos na Favela do Fio, em Mossoró.
Ainda conforme a denúncia, o MPRN enfatizou que o réu tentou contra a vida dos policiais e não conseguiu por motivos alheios a sua vontade. Com base nesta denuncia, confeccionada conforme o depoimento dos PMs Francisco e Wanderley, o promotor Armando Lúcio Ribeiro pediu a condenação do réu por dupla tentativa de homicídio, ambas qualificadas.
Entretanto, contraponto a exposição do promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro, os advogados de defesa Sergimar Francisco de Oliveira e Francisco Galdino de Andrade Neto, mostraram aos jurados que o réu não teria ouvido a ordem de parada dos policiais, por pura desatenção, e só teria percebido quando os policiais começaram a atirar no seu veículo.
Ainda conforme a defesa, o carro não bateu no muro. Teria sido abandonado por Kaká, que teria saído em disparada para se proteger dos tiros disparados pela PM. O Veloster foi periciado e não consta nos laudos que bateu no muro.
Quanto aos supostos tiros na direção dos policiais disparados por Kaká, o corpo de jurados, composto por 4 homens e 3 mulheres, acolheram a tese dos advogados de defesa de que não existiam provas confirmando a tese do MPRN.
Ao concluir os debates, o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, convocou os sete jurados a Sala Secretada, onde decidiram que o réu era inocente. O julgamento começou às 9h e terminou às 16h45 desta terça-feira, 28. Na época do crime, Kaká falou que trabalhava com gado no Ceará e atualmente afirmou que trabalha como autônomo.