O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça, detalhou, na noite desta quinta-feira, 15, em Brasília–DF, como Rogério da Silva Mendonça, o Martelo, de 36 anos; e Deibson Cabral Nascimento, o Tatu, 34 anos; fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró-RN.
O relato do ministro expõe uma combinação absurda de falhas, que, em seu conjunto, segundo ele, contribuíram para que os dois acreanos conseguissem fugir. “Houve uma fuga pela luminária da cela”, diz o ministro Ricardo Lewandowski.
Entre as medidas adotadas de imediato para evitar que os outros presos, inclusive com nível mais elevado de periculosidade, escapem do que ele ainda insiste em destacar como Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró, está a intervenção federal na unidade.
A longo prazo, Ricardo Lewandowski destacou que vai utilizar recursos do Fundo Penitenciário para fazer reformas, comprar novos equipamentos e aprimorar o sistema de vigilância eletrônica nos cinco presídios de segurança máxima do Brasil.
Assegurou que solicitou a convocação de mais 80 policiais penais federais aprovados, no último concurso. Parte deste contingente será designado para assumir suas funções em Mossoró, tão logo o Governo Federal atenda o seu pedido.
Sobre os detentos, o ministro destaca que não se trata de líderes de facção criminosa, mas, na prática, são “soldados”. Os dois detentos são do Acre, onde juntos estavam cumprindo pena de 150 anos por assalto, assassinato, tráfico, entre outros crimes.
Estavam cumprindo pena no Acre (AC), entretanto, em julho de 2023, aconteceu uma rebelião, que terminou com cinco mortos. Martelo e Tatu seriam os protagonistas desta rebelião e foram transferidos, em setembro, para a Penitenciária Federal de Mossoró.
Com a fuga, que expõem inúmeras falhas num presídio que deveria ser de segurança máxima, ainda conforme o ministro Ricardo Lewandowski, Martelo e Tatu foram colocados na lista vermelha da Interpol, já que agora oficialmente estão foragidos.
Na região de Mossoró, Lewandowski afirmou que as forças de segurança trabalham com a ideia de que os dois fugitivos estejam dentro do mato, num perímetro de 15 km da Penitenciária Federal de Mossoró, ou seja, abrangendo uma circunferência que alcança, ao leste da unidade prisional, a área urbana de Mossoró; ao sul, o polo do Jucuri; ao Oeste, a área urbana de Baraúna; e ao norte, o polo de Alagoinhas.
O ministro destacou que existe cerca de 300 pessoas mobilizadas, usando helicópteros com policiais bem armados, drones com detector de calor e cães farejadores com policiais treinados trabalhando nas buscas para recapturar os dois fugitivos.