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NACIONAL
Da redação
31/12/2015 06:06
Atualizado
12/12/2018 18:40

Festejos de Ano-Novo: Como e onde tudo começou?

Relatos históricos dizem que, há milhares de anos, uma grande crise econômica global e esquecida pela humanidade deu origem à festa da virada de ano
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É chegada a época de comemorar mais um ano que termina e a chegada de um novo ciclo de 365 dias. Na prática, nada de sobrenatural acontece nos primeiros minutos do dia 1º de janeiro, mas o sentimento de renovo e esperança tomam conta de toda a humanidade. Parece até que todos os problemas vão se acabar exatamente à meia-noite.

A maior festa da humanidade é cercada por comemorações diversas, tais como queimas de fogos, shows, confraternizações. Aos mais supersticiosos, é a hora pular 7 ondas, fazer oferendas, usar roupas com cores diversas, cada uma com seu significado. É também a época de fazer novas promessas e novas metas para o ano que está chegando.

Mas como tudo isso começou?

Há milhares de anos, por volta de 11.000 a.C., quando o único trabalho conhecido era a caça, aconteceu a maior e pior crise econômica mundial. De acordo com relatos literários, essa foi a única crise capaz de exterminar a humanidade da face da Terra. Àquela altura, o modo de vida dos caçadores estava no auge.

Com a evolução dos artefatos de caça, com o advento da caça predatória e com um longo período de aquecimento global, a quantidade de animais selvagens disponíveis foram gradativamente diminuindo e isso comprometeu o modo de vida de nossos antepassados. A base da cadeia alimentar daqueles caçadores foi danosamente prejudicada.

Com a escassez de alimento, os Homo sapiens, que viviam em tribos, começaram sua peregrinação em busca de sua manutenção alimentar e ao encontrar outras tribos, geralmente em regiões mais férteis, era certo começar uma guerra. Claro que isso não aconteceu de uma só vez. Mas a junção de todos esses fatores, certamente pode ser vista como uma grande crise global.

Como a humanidade conseguiu sair dessa situação?

Diante da necessidade de sobrevivência da raça humana, os agora ex-caçadores, começaram a cultivar a terra. Ao invés de perder seu tempo buscando caças cada vez mais difíceis de se achar, o homem semearia às virgens terras e esperaria o fruto daquelas sementes serem produzidas e colheriam suas novas produções. Dessa forma, supriria a falta das calorias que a caça não dava mais.

Surgia aí a agricultura. E com ela a constatação de que essa técnica poderia sustentar muito mais pessoas, no mesmo espaço físico, que a antiga prática. Historicamente, todos que optaram por esse caminho cresceram e se multiplicaram.

Com o domínio das técnicas agrícolas, foi visto que cada espécie vegetal tinha o seu tempo determinado para a produção em larga escala. Estava surgindo aí, a mais nova e complexa forma de calcular o tempo cronológico. Eis o advento do calendário.

No culto da passagem dos dias esperando as sementes darem fruto, a humanidade descobriu um ótimo método para saber as épocas certas de plantar: observar a posição das estrelas e a trajetória do Sol ao longo do ano. Fazer a leitura do céu era tão essencial para a agricultura, que povos de todos os cantos do mundo aprenderam isso mais hora menos hora.

E assim dominaram algo que parecia sobrenatural: os ciclos do tempo. Mas pragmatismo científico nunca foi o nosso forte como espécie. E é por isso que o céu foi tratado como divindade.

É esse impulso que faz a vida parecer feita de ciclos. As colheitas é que são de fato cíclicas. Ao divinizá-las, nossos ancestrais imprimiram na cultura humana a ideia de que a própria vida se renova a cada ano. E festejar essas renovações era fundamental para que continuássemos vivos.

O Ano-Novo é uma das festas para marcar o auge do frio no hemisfério norte - a outra é o Natal. Na ausência de um instinto biológico tão forte quanto o das formigas para acumular comida para o inverno, a sensação de que um evento superimportante estava para acontecer bem no meio da estação fria fazia nossos ancestrais agir exatamente como elas, economizando para ter banquetes na época de fome.

E cada geração transmitiu para suas crianças que aquele era o momento mais especial do ano. Era mesmo. E ainda é. Trata-se do momento em que comemoramos a sobrevivência da espécie humana. Pelo menos até a próxima grande crise chegar.

Ou ela já chegou?

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