O mercado segurador brasileiro manteve um ritmo acelerado de expansão em 2024, reforçando seu papel como um dos pilares da economia.
Dados divulgados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (12), em São Paulo, revelam que a demanda por seguros cresceu 13,0% nos primeiros nove meses do ano, movimentando mais de R$ 556,9 bilhões.
A projeção até o final do ano é de um crescimento de 11,6%, com a arrecadação estimada em R$ 747,3 bilhões, R$ 77,8 bilhões a mais do que o arrecadado em 2023. Os dados incluem todos os produtos de Seguros, Previdência Aberta, Capitalização e a Saúde Suplementar.
Paralelamente, ainda com relação aos primeiros nove meses do anos, o setor rdesembolsou mais de R$ 376,7 bilhões em indenizações, benefícios, resgates e sorteios, registrando um aumento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados incluem valores referentes ao setor de Saúde Suplementar, que arrecadou mais de R$ 232,7 bilhões e pagou mais de R$ 195,0 bilhões no período.
O segmento de Coberturas de Pessoas, que engloba os Seguros de Pessoas e os planos de Previdência Aberta, foi o principal responsável pelo aumento das indenizações, com R$ 115,3 bilhões, uma alta de 4,0%.
A Confederação também destaca o avanço nos pagamentos pelos seguros de Danos e Responsabilidades, que totalizaram R$ 46,6 bilhões, representando um aumento de 11,3% em relação ao ano anterior.
Coberturas de Pessoas também lideraram o aumento da arrecadação, sendo responsáveis por mais de 47% do avanço do setor no período. Com arrecadação superior a R$ 200 bilhões, o segmento cresceu 17,8% em comparação a 2023.
Os seguros de Danos e Responsabilidades também apresentaram crescimento, com alta de 6,6%, totalizando R$ 100,0 bilhões em prêmios. Já os títulos de Capitalização somaram R$ 23,5 bilhões em faturamento, registrando crescimento de 6,1% em relação ao ano anterior.
Entre os ramos que melhor performaram nos nove meses de 2024, a entidade destaca o grupo Patrimonial, composto por produtos que visam proteger propriedades, equipamentos, obras, lucros, entre outros.
Esse grupo registrou um aumento de 63,6% nas indenizações, impulsionado pelas históricas enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano. Os títulos de Capitalização, por sua vez, pagaram quase R$ 20 bilhões aos clientes em resgates e sorteios, alta de 10,7% no mesmo período.
TRAGÉDIA DO RIO GRANDE DO SUL
O volume total de pedidos de indenizações de seguros relacionados às enchentes no Rio Grande do Sul totalizou cerca de R$ 6,1 bilhões. Em quantidade, as seguradoras registraram 57.638 avisos de sinistro desde o início de maio, com destaque para os seguros Residencial e Habitacional, que somaram 29.831 avisos, e o Automóvel, com 18.097.
PROJEÇÕES PARA 2025
Para 2025 a CNseg estima um crescimento de 10,1% do setor segurador, levando em conta uma projeção de Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%.
O maior destaque para a alta da arrecadação é o segmento de Cobertura de Pessoas, que tem avanço estimado de 15,6% em 2024 e 9,5% em 2025, respectivamente.
A Saúde Suplementar também deve apresentar um crescimento significativo, de 10,9% em 2024 e 10,9% em 2025.
Os produtos que integram Danos e Responsabilidades contribuirão para o aumento na arrecadação, com crescimento projetado de 7,1% até dezembro deste ano e 8,2% no decorrer de 2025. Já a Capitalização deve crescer 6,6% este ano e 5,5% no ano que vem.
A entidade também estima que o setor segurador terá uma participação de 6,4% no PIB nacional até o final do próximo ano, 0,1 p.p. a mais que o resultado estimado para este ano.
Para 2025, há previsões otimistas para a Previdência Aberta, com uma estimativa de aumento de 9,6%, e para o Seguro de Pessoas, com 9,4%. Automóvel e Rural também seguem com taxas positivas de crescimento, de 4,3% e 6%, respectivamente.