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ESTADO
Da redação
22/02/2016 12:45
Atualizado
13/12/2018 17:39

Ricardo Motta é citado como beneficiário de desvios no Idema

O mossoroense Gutson Johnson, réu no processo, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (22), onde detalhou o esquema fraudulento.
Cedida

O ex-presidente da Assembleia Legislativa e atual deputado estadual Ricardo Motta foi citado como beneficiário no esquema de desvio de recursos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). A denúncia foi feita pelo ex-diretor administrativo do órgão, o mossoroense Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, que é réu no processo da Operação Candeeiro e prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (22).

Gutson foi nomeado para o cargo pela então governadora Rosalba Ciarlini. Junto com Gutson Johson, que demonstrou interesse em delação premiada através de seu advogado Fábio Holanda, foram presas outras 14 pessoas.

Para desviar os recursos, o então diretor do IDEMA, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, mandava ofícios ao Banco do Brasil autorizando pagamento milionários a empresas que não tinham qualquer vínculo contratual com o órgão. O esquema de corrupção foi descoberto em oito meses de investigações.

Gutson detalhou, durante o depoimento, como funcionava o esquema de divisão do dinheiro desviado do órgão. Ele citou que 60% do valor ficava com o deputado, outros 20% ficava com ele e o restante era dividido entre dois operadores do esquema, que também são réus no processo.

O réu informou que foi procurado pelo deputado após ser nomeado para o Idema em 2011. Ele disse que o deputado teria pedido dinheiro para quitar dívidas geradas durante a campanha política de 2010, e para as eleições de 2012. “Eu fiz a ponte entre esse agente político e as pessoas do Idema que sabiam como poderíamos desviar verba", disse Gutson.

Essas pessoas, segundo Gutson, eram Clebson José Bezerril e Euclides Paulino de Macedo Neto. Eles teriam articulado todo o esquema de divisão do dinheiro desviado do Idema para eles e o deputado.

Gutson afirmou que recebeu nesse esquema cerca de R$ 4,5 milhões de empresários. Ele comprou lojas de veículos e apartamentos de luxo na zona sul de Natal, além de uma casa em construção em Mossoró para lavar o dinheiro.

Na operação Candeeiro, o Ministério Público apurou sete empresas como beneficiárias do esquema ilícito de desvio de recursos públicos, todas vinculadas a pessoas da Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade.

Defesa

Em nota enviada à imprensa, o deputado Ricardo Motta se defendeu das acusações e disse que não tem qualquer ligação com o esquema. Confira:

"Não fui responsável por sua indicação, nomeação, tampouco pelos seus atos e jamais aceitarei a calúnia cometida contra a minha pessoa. Estive, estou e estarei à disposição da Justiça. Em sete mandatos de deputado estadual jamais foi encontrada qualquer irregularidade em minha vida pública".

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