O cantor e compositor Dorgival Dantas contou sua história de vida para as crianças que estão na Unidade de Acolhimento I, mantida pela Prefeitura de Nata em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado, na manhã desta quarta-feira, dia 30, no bairro Lagoa Nova, em Natal/RN.
A visita do cantor foi a convite do juiz José Dantas de Paiva, coordenador da Infância e Juventude do TJRN. Segundo o magistrado, a ideia é fazer um momento cultura e promover os direitos fundamentais de crianças e adolescentes.
Mostrando-se bastante à vontade com a iniciativa, o compositor que ganhou notoriedade em âmbito nacional por suas canções que falam de amor, do jeito de viver do nordestino e das coisas simples da vida chegou à Casa de Acolhimento acompanhado do juiz José Dantas e foi logo ao encontro das crianças.
Com muita simpatia, Dorgival Dantas fez questão de cumprimentar cada uma das crianças que o aguardavam, assim como toda a equipe que cuida dos meninos e meninas do local, situado no bairro de Lagoa Nova.
Dorgival se disse muito feliz por estar fazendo aquela atitude e agradeceu a oportunidade dada pelo Poder Judiciário. “Eu agradeço a Deus por essa oportunidade, e a José Dantas que sabendo da minha história de vida, em uma conversa surgiu essa oportunidade e eu fiquei muito feliz”, afirmou.
De acordo com o juiz, o convite à Dorgival Dantas surgiu em virtude da história de vida do artista potiguar, que pode servir de exemplo e inspiração para as crianças.
“Além do momento cultural pensado para as crianças e adolescentes, com um show cantado e tocado por ele, também para que ele conte um pouco da sua vida, sua história, inclusive momentos de superação, para que isso sirva de inspiração para a criança e adolescente que está ali precisando de uma palavra e de um apoio”, comentou José Dantas.
A intenção do coordenador é promover outros momentos culturais como o de hoje, trazendo outros artistas e outras histórias. “Nós pretendemos trazer outros artistas para compartilhar suas histórias de vida. Nós decidimos iniciar com Dorgival, pela história dele de vida, e até porque ele se colocou à disposição para contar a história dele”, revelou.
Abrigo
A casa de abrigo conta hoje com oito crianças, com idades de zero a seis anos, mas tem capacidade de receber até 20. Em geral, abriga crianças, por até dois anos, que tiveram direitos violados e que são encaminhados pela Justiça para que possam posteriormente ser reinseridas na família original, ou uma família extensa ou ainda em uma família adotiva.
A assistente social e coordenadora da Unidade de Acolhimento I, Ana Marcília, disse que apesar do tempo de permanência das crianças na casa ser de dois anos, tenta-se reduzi-lo bastante, porque, na sua visão, quanto menos tempo elas passarem abrigadas e longe de uma família, melhor.
Ana Marcília comentou sobre o que significa a visita do artista para as crianças da casa: “Eu acho muito importante para as crianças, até porque o ECA diz que as crianças têm que interagir com a sociedade. Para eles é uma oportunidade de viver uma realidade que eles não teriam isso em casa. Infelizmente eles passam a ter visibilidade a partir de um acolhimento, o que é um paradoxo”, opinou.
A coordenadora revelou que é a partir do acolhimento é que essas crianças têm seus direitos garantidos, como o direito que lhe é negado de lazer, escola e assistência médica. “São esses momentos que fazem a diferença e que eles vão levar essa lembrança de infância para sempre”, externou.
Há um ano e meio a Unidade de Acolhimento I funciona na Av. Miguel Castro, nº 1568, Lagoa Nova.