O Tribunal do Júri Popular se reúne hoje no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró, para julgar Jônatas Costa Carlos pelo assassinato do comerciante José Carlos Sobrinho, de Apodi. Em decorrência deste caso, o comerciante Raimundo Nonato Carlos, de 60 anos, pai Jônatas Costa, foi assassinado pelo filho de José Carlos Sobrinho no dia 26 de novembro de 2013, em Apodi. Veja detalhes AQUI. e AQUI.
O assassinato do comerciante Sobrinho Caetano, como é mais conhecido, foi investigado pelo delegado da época em Apodi Luiz Antônio. O homicídio teve várias testemunhas e o acusado, após livrar o flagrante, se apresentou e confessou o crime.
Concluídas as investigações, o processo foi enviado à Justiça pelo delegado Luiz Antônio. Jônatas Carlos, complemente bêbado, teria matado o comerciante com tiros de doze porque este se recusou a lhe vender bebida alcoólica pouco antes do ocorrido.
O relato que segue é do Ministério Público Estadual.
Segue:
“No dia 12 de dezembro de 2009, na cidade de Apodi, por volta das 19:30 horas, na calçada de um bar localizado na Rua Sete de Setembro, o denunciado JONATAS DA COSTA CARLOS, por motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, matou o Sr. José Sales Sobrinho, mediante disparo de arma de fogo”.
Segue: “Consta ainda, que o acusado estava bebendo no bar de propriedade da vítima quando esta, percebendo que aquele já estava bastante alcoolizado, decidiu não mais fornecer bebida alcoólica ao mesmo, o que gerou uma discussão entre ambos, tendo o denunciado saído do local”, escreveu o Ministério Público com base na apuração policial.
“... momento após, motivado pela discussão referida, o acusado retornou ao bar armado com uma espingarda calibre 12, já com intenção de matar o ofendido, encontrando-o sentado em uma cadeira, em frente ao estabelecimento, ocasião na qual efetuou o disparo fatal, atingindo-o de surpresa, acarretando a lesão que provocou o óbito da vítima”, finaliza o MPRN.
O caso ganhou grande repercussão, na época, na região de Apodi. Jônatas Costa, que é mais conhecido por Tatá, é de família influente. Já a vítima Sobrinho Caetano também gozava de grande prestígio e respeito. Jônatas Costa ficou preso preventivamente.
Além de poder influenciar nas decisões, Jônatas Costa também era investigado por um duplo homicídio ocorrido no dia 17 de novembro 2007, onde foram vítimas Edilson Freire de Oliveira e Pedro Alves de Freitas, o Paulista. Motivo deste crime, conforme apurou a polícia dois anos depois, é que Paulista teria mordido a orelha de Jônata Costas.
Já com relação ao caso do assassinato do comerciante Sobrinho Caetano terminou indo a julgamento popular, em Apodi, no dia 27 de julho de 2011, sob a presidência do juiz José Herval Sampaio Junior. Na ocasião, os jurados absolveram o réu por maioria de votos.
O Ministério Público Estadual observou que os jurados foram influenciados a votar pela absolvição, mesmo diante da gravidade e grande repercussão do crime.
O promotor recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado, que terminou por anular esta decisão do Tribunal do Júri. Os promotores então pediram para transferir o julgamento para Mossoró, exatamente para evitar que os jurados fossem influenciados de novo. A decisão foi tomada e o julgamento colocado na pauta para esta sexta-feira, 10.
Os trabalhos começam. Serão presididos pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. O Ministério Público Estadual será representado pelo promotor de Justiça Vitor Hugo. Já o réu terá sua defesa feita no plenário pelo advogado Sávio José de Oliveira.