O fechamento dos poços de petróleo no Estado será sem dúvida mais um grande impacto econômico para os potiguares. A expectativa é que cerca de 8 mil pessoas percam seus empregos, e se analisada toda cadeia produtiva do petróleo serão em média 70 mil pessoas desempregadas no Rio Grande do Norte. Os números foram passados pelo coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro), José Araújo.
Para Mossoró, os danos serão incontáveis. “O que estimamos é que metade desse número de desempregos, ligados a cadeia produtiva, comércio, hotelaria, entre outros, seja na Capital do Oeste, ou seja, menos 35 mil postos diretos e indiretos de trabalho para Mossoró”, destaca José Araújo.
Segundo noticiado, o campo de Agulha, localizado em Guamaré, que está a aproximadamente 170km de Mossoró, será um dos grandes prejudicados. “A plataforma marinha, que só de uma empresa tem mais de 100 funcionários, será totalmente fechada. Imagine quando for feito o levantamento de todas empresas atuantes na plataforma”, preocupa-se o coordenador.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Turismo de Mossoró, Renato Fernandes, o fechamento dos poços causa impactos serissímos ao município, tendo em vista que vai atingir vários setores. “Com a plena atividade dos poços, movimentamos a economia, setor hoteleiro, imobiliário, toda uma cadeia se beneficia, com a produção”, destaca Renato.
(Foto: Josemário Alves/MH)
De acordo com o secretário, outras alternativas já estão sendo planejadas para evitar grandes danos. “Somos um polo que tem muitas riquezas, vamos fortalecer o setor salineiro, fruticultura para mantermos a economia da cidade”, diz ele.
Entenda o Caso
A problemática gira em torno do Governo Federal querer, segundo os petroleiros, a privatização da Petrobras. “Não há justificativa. Nossos consumidores são os próprios brasileiros. Não dependemos de importação, nem exportação, isso é uma falácia usada pra iludir a população”, diz o coordenador José Araújo.
Para ele, o Governo quer tirar da concorrência das multinacionais a Petrobras porque sabe da força que a empresa tem. “Só no Rio Grande do Norte somos responsáveis por 47% do PIB Industrial”, comenta ele.
São milhares de empregos em risco, além dos trabalhos sociais desenvolvidos pela empreiteira. “Nenhuma empresa vai fazer pelos municípios o que a Petrobras faz. Não chegamos e perfuramos os poços apenas. Temos trabalho nas escolas, nos bairros, com crianças, pequenos agricultores e toda sociedade”, acrescenta José Araújo.
De acordo com ele, algumas ações de enfretamento já estão sendo tomadas. Há um processo de comunicação com a sociedade para esclarecimento da situação, na Assembleia Legislativa, Câmara de Deputados, Senado, Universidades. No inicio de agosto será deflagrada greve geral por tempo indeterminado.
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