30 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:40
SAÚDE
Da redação
10/08/2016 04:44
Atualizado
14/12/2018 08:57

Aumentam 133% o número de denúncia contra violência doméstica pelo 180 este ano

O balanço aponta que, neste semestre, o serviço recebeu um total de 555.634 ligações. Nos relatos de violência, principal tipo de consulta à central estão casos sobre violência física (51,06%).
Agência Brasil
O Ligue 180, número da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, registrou um aumento de 133% nos relatos envolvendo violência doméstica e familiar, no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período em 2015. A informação foi divulgada nesta terça-feira (9) pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Cidadania.

O balanço aponta que, neste semestre, o serviço recebeu um total de 555.634 ligações, o que representa um acréscimo de 52% nos atendimentos em geral. Nos relatos de violência, principal tipo de consulta à central, estão casos sobre violência física (51,06%), violência psicológica (31,10%), violência moral (6,51%), cárcere privado (4,86%), violência sexual (4,3%), violência patrimonial (1,93%) - quando a pessoa não tem acesso aos seus próprios bens – e tráfico de pessoas (0,24%).

Para a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, os números não refletem, necessariamente, o aumento da violência no país, mas estão associados à maior procura por informação: “Os dados não significam que está crescendo o número de estupros, ou de mulheres que estão sendo muito mais espancadas ou violentadas. Mas, pode ser também que elas se sintam muito mais encorajadas para procurar o [Ligue] 180”.

Nos atendimentos realizados pelo Ligue 180, foi registrado um aumento de 142% nos relatos de casos de cárcere privado, uma média de 18 registros por dia. Essa é a primeira vez que a secretaria associa esse tipo de relato com a violência doméstica. “É muito triste percebermos que vem aumentando [o número de relatos de cárcere privado], se compararmos aos dados do ano passado”, afirma a secretária.

O balanço aponta ainda que 59,71% das mulheres que relataram casos violência, no período, são negras.“Os números mostram que as mulheres negras são as que sofrem mais violência e precisamos romper com isso”, diz Fátima Pelaes.

Dos casos de violência sexual, os principais tipos registrados pelo Ligue 180 foram estupro, exploração sexual e assédio sexual. Nesse período, houve um aumento de 123% nos relatos sobre violência sexual, com a média de 16 registros diários.

Os dados mostram que a maioria das denunciantes foi a própria vítima. Esse percentual aumentou em 172% no primeiro semestre ano, em relação ao mesmo período de 2015. Na maioria dos casos (67,63%), o agressor tem ou teve algum vínculo afetivo com a vítima. Essas relações, em geral, são duradouras e têm acima de cinco anos de duração, em 57,36% dos casos.

Os números mostram ainda que amigos, vizinhos e parentes têm denunciado mais no número de atendimento. Em 2016, houve um aumento de 93% nos relatos feitos por outras pessoas. “Há uma indignação da sociedade e isso cabe a todos nós. Temos os dados mostrando que as mulheres estão sendo violentadas, mas nós precisamos romper com esse ciclo, acabar com essa questão de superioridade masculina, que é a raiz de todo o problema”, afirma a secretária.
 
Com informações da Agência Brasil

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