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SAÚDE
Da redação
15/09/2016 05:20
Atualizado
13/12/2018 13:59

No RN há mais pretendentes do que crianças para adoção

Dados mostram que há 358 pretendentes aguardam uma criança para adotá-la. Na outra ponta, 29 crianças ou adolescentes anseiam por uma família que as acolha, enquanto 14 já estão vinculadas a algum pretendente, em processo de adoção.
Agência Brasil
Dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) mostram que no Rio Grande do Norte 358 pretendentes aguardam uma criança para adotá-la. Na outra ponta, 29 crianças ou adolescentes anseiam por uma família que as acolha, enquanto 14 já estão vinculadas a algum pretendente, em processo de adoção.

Apesar do número de pretendentes ser oito vezes maior que o de crianças e adolescentes à espera da adoção, a conta dificilmente fecha. Isso porque em boa parte dos casos aquelas estão fora do perfil pretendido pelos possíveis adotantes. Situação que se repete em todo país: são atualmente 37.401 pretendentes em um universo de 6.993 crianças e adolescentes disponíveis para adoção.
 
O coordenador executivo da Coordenação Estadual da Infância e Juventude (CEIJ) do TJRN, João Francisco de Souza, aponta a necessidade de um trabalho conjunto por parte dos órgãos que atuam na garantia dos direitos de crianças e adolescentes para sensibilizar os pretendentes à adoção quanto a importância de estarem abertos ao formularem o perfil pretendido. A CEIJ busca estimular as adoções necessárias – que envolvem crianças mais velhas, ou com alguma doença ou deficiência, além de grupos de irmãos.
 
“As pessoas têm a ideia de que a criança mais velha, filha dos outros, é trabalhosa, problemática. Mas seu filho biológico pode ser uma criança que dá trabalho. Toda criança, todo ser humano tem seus problemas”, aponta João Francisco.

Para desmistificar esse e outros preconceitos sobre o perfil da adoção, a CEIJ - em parceria com a Secretaria de Comunicação do TJRN, a ONG Acalanto Natal e Semtas - está produzindo um mini-documentário para ser exibido durante os cursos de formação obrigatórios para os pretendentes à adoção.

Para a jornalista Luciana Silveira, que coordena o documentário, a ideia é mostrar aos pretendentes a realidade enfrentada por essas crianças em busca de um lar, ressaltando que todas precisam de inclusão e de uma família. O vídeo será lançado no dia 14 de outubro e retrata diversas realidades de crianças e adolescentes institucionalizados.

Perfil

A preferência por crianças mais novas é clara no Cadastro Nacional de Adoção: quanto menor a idade, maior o número de interessados. Das crianças atualmente disponíveis no RN, apenas uma possuí menos de um ano de idade e outras três têm um ano. Do outro lado, um terço dos pretendentes (114) aceitam crianças com até um ano de idade.

À medida que a idade avança, cai o número de pretendentes: 76 pretendentes querem crianças com até 2 anos; 60 com até 3 anos; 34 com até 4 anos; 27 com até 5 anos; 15 com até 6 anos e 11 com até 7 anos de idade.

Quando se trata de adolescentes, a adoção se torna ainda mais difícil. No Rio Grande do Norte, apenas nove pretendentes aceitam adotar adolescentes. Por outro lado, existem 25 adolescentes na lista de adoção, 18 deles com 15 anos ou mais – apenas um pretendente aceita adotar um adolescente com até 15 anos de idade.

Do total de 43 crianças ou adolescentes, 16 possuem irmãos, mas 76% dos pretendentes não aceitam adotar grupos de irmãos.

Raça

Em relação ao perfil racial, hoje 46% dos pretendentes já aceitam adotar uma criança de qualquer raça. Do total de pretendentes, 88% aceitam crianças brancas, 81% aceitam crianças pardas, 54% aceitam crianças amarelas, 49% aceitam crianças negras e 48% aceitam crianças indígenas. Atualmente, 17% só aceitam crianças brancas.
Das crianças ou adolescentes que aguardam adoção, 31 são pardas, 10 são brancas, uma é amarela e uma é indígena.
 

Notas

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