Para cada obra lida, quatro dias reduzidos da pena. Este é o objetivo do projeto “Vá lendo a liberdade”, executado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Apodi. A iniciativa promete ajudar na ressocialização de presos que cumprem pena no regime fechado.
A ideia pioneira no Nordeste foi lançada em janeiro deste ano na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró, e se expandiu para outras unidades prisionais do Estado.
O primeiro título usado pelo projeto foi “A última Pedra”, de Rogério Formigonni, que conta sua história de vida no mundo das drogas.
Em Apodi, 20 detentos estão sendo os primeiros a participar do projeto. Eles recebem um livro e tem até 30 dias para realizar a leitura e produzir uma resenha sobre a obra.
Com isso, o apenado, conforme critério legal de avaliação, terá sua pena reduzida em quatro dias e, ao final de até 12 obras lidas e avaliadas, serão 48 dias a menos na sua pena total. A ideia foi bem aceita pelos detentos.
Alan de Oliveira, que cumpre pena por roubo, escreveu na sua primeira resenha que aprendeu a importância de não tomar decisões precipitadas e elogiou o projeto. Confira o depoimento:
Eider Luiz, que também cumpre pena no CDP, destacou em sua resenha o quanto cada nova história lida é interessante. Veja:
O apenado Ivanildo também integra o projeto. Veja o que ele escreveu sobre a iniciativa:
Segundo Márcio Morais, diretor do CDP, iniciativas como essas são benéficas tanto para o preso, como para a sociedade.
“Sabemos que um dia, após o cumprimento de sua pena, o preso vai voltar, e temos o dever legal e a obrigação moral de o entregarmos mudado”, afirmou ele.
O trabalho está sendo avaliado pela juíza da Vara Criminal da Comarca de Apodi, Tathiana Freitas de Paiva Macedo e pelo promotor Victor Hugo de Freitas Leite. A previsão é que mais presos possam ser beneficiados com o projeto em um futuro próximo.
CPD
Construindo com recursos oriundo de penas pecuniárias do Judiciário, mão de obra carcerária e doações da comunidade, o CDP Apodi tem sido referência no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte, inclusive está disputando o prêmio INOVARE do Conselho Nacional de Justiça. – CNJ.