19 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:25
POLÍTICA
Da redação
24/08/2018 08:56
Atualizado
14/12/2018 01:32

Haddad, exclusivo ao MOSSORÓ HOJE: "Não estou preocupado com transferência de votos agora"

Ex-prefeito de SP e ex-ministro conversou com o site e ainda falou sobre repactuação com a sociedade, democracia e determinação da ONU sobre os direitos políticos de Lula
Haddad ao lado de Fátima Bezerra, na coletiva desta sexta-feira - Foto: Valéria Lima
WILLIAM ROBSON
Especial para o MOSSORÓ HOJE

As últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha têm reafirmado a preferência do eleitorado brasileiro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sempre à frente nas sondagens, vem aumentando seus índices de 37% a 39% do eleitorado, com amplas possibilidades de vencer no primeiro turno.

No entanto, o atual vice na chapa de Lula, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad não consegue absorver os votos do ex-presidente em caso de uma eventual impugnação de candidatura. Caso Haddad seja o substituto de Lula, em cenário sem o ex-presidente, Bolsonaro passa à frente e Haddad ficaria com apenas 4%  das intenções dos eleitores.

Em entrevista exclusiva ao MOSSORO HOJE durante visita a Mossoró nesta sexta-feira, Haddad disse que "não está preocupado com transferências de voto agora". "Nós estamos preocupados é eleger o Lula", disse após sessões de fotos com os candidatos potiguares e que integram a sua coalizão.

Haddad também criticou os meios de comunicação no Brasil que não estariam esclarecendo sobre o que chamou de "determinação" da ONU (Organização das Nações Unidas) para que a Justiça garanta os direitos políticos de Lula ser candidato.  "Na verdade, a Onu determinou que o Lula seja candidato em função de que o nosso congresso nacional aprovou o tratado com a Onu de direitos políticos", afirmou.


Haddad, ao lado da esposa Ana Estela, e entre os candidatos Alexandre Motta  e Zenaide Maia (Senado),e Fátima Bezerra (Governo) - Foto: Valéria Lima

Numa espécie de prévia o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes disse que " primeiro, não é manifestação da ONU. É um subcomitê do comitê. Segundo, não tem nenhuma vinculação. [...] Esse subcomitê, o que ele fala? Tomar todas as providências. Todas as providências sempre foram tomadas aplicando a legislação, o TSE vai aplicar a legislação. Não é competência do subcomitê. Como diria minha avó: 'Cada macaco no seu galho'", afirmou Alexandre de Moraes antes da sessão da Segunda Turma do STF.
 
Para ele, não se trata de "recomendação" do organismo internacional: "Os juristas do mundo inteiro já se pronunciaram a favor do Lula e muitos juristas brasileiros também", disse para quem a democracia precisa ser restabelecida.
"Democracia é o povo escolher o presidente, não é outra pessoa que tem de escolher. É o povo, o voto. Soberania popular é isso"
 
Haddad em momento algum, nem na conversa com o MOSSORÓ HOJE, nem na entrevista coletiva dada minutos antes à imprensa mossoroense, se colocou como provável candidato de Lula a presidente em caso de impugnação. "A gente vai lutar até o fim pela candidatura do Lula", disse ao site.

Veja vídeo:
 


Coletiva
Na manhã desta sexta-feira (24), Fernando Haddad concedeu entrevista coletiva à imprensa local no Hotel Garbos. Ao lado de apoiadores e candidatos, entre eles, a senadora Fátima Bezerra (candidata ao Governo), Zenaide Maia (candidata ao Senado) e Alexandre Motta (candidato ao Senado), ele respondeu a poucas perguntas conduzidas pela assessoria de imprensa.

Falou dos avanços na educação durante o Governo Lula, criação de IFs, Fundeb e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). "A última vez que estive em Mossoró foi para inaugurar, junto com o presidente Lula, a Ufersa e se dizia à época que a gente vinha inaugurar um muro. Esqueceram de dizer que tem dez mil alunos dentro do muro", lembrou. "É uma alegria ver Mossoró ter tanto orgulho de ser sede de uma universidade. Isso leva oportunidade para o interior do Estado".
 
Na coletiva, Haddad ainda respondeu ao questionamento do jornalista Bruno Barreto sobre a possibilidade de ele substituir o Lula nos debates. "Este é o nosso segundo pedido. O primeiro é que o Lula participe dos debates, porque a lei garante. Agora, depende dos demais candidatos que ele participe. Só o Guilherme Boulos tem concordado. Os demais têm receio", disse.
 
Haddad também falou do Teto dos Gastos, que impede novos investimentos e congela os gastos por 20 anos. "Não faz sentido, porque a população cresce e envelhece, o crime avança e precisamos atuar. É irresponsabilidade por conta disso, deixar uma obra como a Transposição do São Francisco parada. Os deputados estão doidos para revogar o teto, porque quando eles vão para os Estados não há dinheiro para nada", disse.
 
Por fim, o ex-prefeito falou de crédito bancário e em articulações políticas com outros partidos e com a esquerda. "Toda centro-esquerda teve espaço no nosso governo, menos o PSOL que não quis. Queremos fazer um governo ainda mais bem posicionado, sem a Direita, que está destruindo o país. Olha, desde que você tenha compromisso com a liberdade,  com a democracia e com o combate a desigualdade, você está no time do Lula", concluiu.

Após a coletiva, ele seguiu cumprindo a agenda na cidade, com movimentação na Praça da Indepdência, do Mercado Público Central, por volta das 10h30.


A movimentação no Centro da cidade na manhã desta sexta-feira (24) - Foto: Allan Erick

VÍDEOS - Haddad em Mossoró

Em coletiva, candidato a vice-presidente lembra inauguração da UFERSA, em 2005:

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