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SAÚDE
Da redação
16/08/2015 10:19
Atualizado
13/12/2018 13:17

Presos matam 4 e escrevem 1533 PCC com sangue nas paredes

De acordo com a direção do presídio, houve confronto entre os detentos ligados as facções PCC e Sindicato do RN. Os presos foram mortos com barras de ferro. VEJA FOTOS E VIDEO.
Cezar Alves

Quatro detentos morreram e outros quatro ficaram feridos no início da tarde deste domingo (16) durante rebelião no presídio Provisório Manoel Alves Pessoa Neto, em Caraúbas. O Primeiro Comando da Capital assumiu a autoria dos quatro homicídios, escrevendo, com sangue, na parede das celas e corredores.

A informação foi confirmada pelo delegado Erick Gomes.

Os mortos foram identificados como:

Antônio Edigleisson Sousa, de 28 anos;

Genilson Bezerra de Oliveira, de 36 anos;

Gledstone Clementino Araújo, de 36 anos;

João Paulo Silva Dias, de 38 anos.

(Foto: Cezar Alves)

"As cenas no interior da Cadeia Publica de Caraúbas são de horror", diz o advogado Gilvam Lira Pereira, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, de Mossoró.

Na descrição do ambiente, Gilvan Ferreira informa que os presos destruíram as celas com muita facilidade (o que mostra a fragilidade do presídio), quebraram cadeados (mais de 15) e arrancaram os presos dentro da cela e mataram com barras de ferros e objetos pontiagudos. Um dos presos ficou com um estilete espetado no olho e com um limão na boca. Outro foi enforcado com o fio do ventilador.

Em seguida, os presos escreveram nas paredes com sangue dos presos mortos do sindicato do RN "1533 PCC". 1533, observado na ordem alfabética. O 15 é a décima quinta letra do alfabeto "P", e 3 é o "C".

Segundo o delegado Erick Gomes, uma discussão entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN teria sido o estopim da rebelião.

“Rai Bezerra de Menezes, de 20 anos, que é do PCC, pediu para ser levado para o setor de triagem e depois colocado em outro pavilhão, que é contrado pelo Sindicato do RN.

Na cela dos presos do Sindicato do RN, Raí Pereira foi agredido. Sabendo disso (ouviram os gritos), os demais integrantes do PCC, que são maioria no presídio, quebraram os cadeados, atearam fogo em colchões, e mataram os 4 membros do Sindicato do RN”, contou o delegado Erick Gomes.

As vítimas foram feridas e mortas com pedaços de ferro. Todos os mortos tiveram as cabeças esmagadas. Os quatro presos espancados foram levados para receber cuidados médicos no Hospital Regional de Caraúbas.

A situação no presídio só foi controlada após a chegada da Polícia Militar de Apodi, Assu, Mossoró, Patu e Pau dos Ferros, que foram acionadas para dar apoio a PM de Caraúbas na ação. Os próprios detentos optaram por se acalmarem e a Policia Militar assumiram o controle da situação.

Os detentos estão no pátio da unidade, sob a custódia da polícia. O Instituto Técnico e Científico de Polícia (ITEP) fez a remoção dos corpos até Mossoró, onde serão examinados.

Os feridos foram hospitalizados no Hospital Regional Aguinaldo Pereira da Silva, de Caraúbas.

São eles:

Valdécio Henrique Câmara

Nelson Rodrigues Filho

Alexandre Felício

Francisco John Leno Sales de Oliveira

(Foto: Cézar Alves)

Atualmente, o presídio de Caraúbas possui 163 detentos, divididos em dois pavilhões.

O caso será investigado em inquérito policial conduzido pelo delegado de Policia Civil Erick Gomes, da Delegacia de Caraúbas.

Matéria atualizada às 22h50

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