28 MAR 2024 | ATUALIZADO 13:02
POLÍCIA
DA REDAÇÃO
21/03/2019 17:52
Atualizado
21/03/2019 19:09

Zé das Frutas condenado por ter matado Raimundinho, o amante da mulher

Lida a sentença em plenário pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, a viúva de Raimundinho começou a chorar e a dizer que perdoava o ato do Zé das Frutas. As duas famílias se abraçaram e saíram do Fórum Municipal de Mossoró juntas
O Tribunal do Júri Popular condenou Francisco da Silva Araújo, o Zé das Frutas, de 50 anos, a 8 anos de prisão, em regime semiaberto, por ter matado Raimundo Inácio Dantas Filho, o Raimundinho, no ano de 2013, no bairro Barrocas

O Tribunal do Júri Popular condenou Francisco da Silva Araújo, o Zé das Frutas, de 50 anos, a 8 anos de prisão, em regime semiaberto, por ter matado Raimundo Inácio Dantas Filho, o Raimundinho, no ano de 2013, no bairro Barrocas, em Mossoró-RN.

O julgamento, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, aconteceu nesta quinta-feira, 21, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, no bairro Costa e Silva. O réu, que nega ter matado o servidor público municipal, aguardou o júri em liberdade.

Na época do crime, se comentou que Raimundinho (com 49 anos), teria namorado a mulher de Zé das Frutas. Os dois eram amigos. Raimundinho era cliente e amigo de Zé das Frutas na feira da Cobal e esta história se tornou pública de forma inusitada.

Ao saber que estava sendo traído, Zé das Frutas pegou a mulher, na casa onde morava na época no bairro Santo Antônio, e levou até a casa de Raimundinho, que é casado e tem uma filha, no bairro Barrocas. Foi deixar a mulher na casa do amante.

Na casa, Zé das Frutas chamou Raimundinho e entregou a mulher dele para o amante. Teria dito que ele ficasse com ela, já que eram amantes. A mulher de Raimundinho, por educação, buscou uma cadeira para a amante do marido sentar na calçada e depois, segundo ela sem acreditar naquela cena e no que estava acontecendo, foi até a casa da vizinha.

Antes desta cena em via pública no bairro Barrocas, Raimundinho já havia tido uma conversa franca com a esposa em casa. Disse que estava muito triste, por duas razões. Primeiro porque estava apaixonado por outra mulher e segundo porque esta mulher era de um amigo.

Este relato foi feito durante o Tribunal do Júri Popular desta quinta-feira, 21, pela viúva de Raimundinho. Foi confirmado pela filha e também pelo próprio Zé das Frutas.

Algum tempo depois Zé das Frutas trocou socos e pontapés com Raimundinho na Feira da Cobal devido a dupla traição (dito por ele). A partir daí, Zé das Frutas teria se armado para matar o ex amigo e ex cliente cativo na feira da Cobal. Não o suportava mais vê-lo.

Zé das Frutas nega que tivesse a intenção de matar o amigo.

No dia do crime, ocorrido no dia 22 de março de 2013, Zé das Frutas, usando uma camisa com listas azuis e brancas, acompanhado com a mulher se encontrou com a mulher e a filha de Raimundinho no Supermercado Rebouças, no bairro Santo Antônio.

A mulher de Zé das Frutas procurou conversar com a mulher de Raimundinho dentro do supermercado. Queria explicar algo. O diálogo não evoluiu. A mulher de Raimundinho disse que não tinha mais nada que falar com ela. Tudo já havia sido dito.

O casal Zé das Frutas e a Mulher se dirigiu para a casa dele, no bairro Santo Antônio, e a mulher de Raimundinho e a filha foram para casa no bairro Barrocas.

Minutos depois, Zé das Frutas chegou a casa de Raimundinho, usando um capacete, luva preta, numa moto traxx, a a mesma camisa usada no supermercado (com listas azuis e brancas) o chamou na porta e efetuou 4 tiros à queima roupa. O servidor público municipal ainda foi socorrido pelo SAMU mas terminou morrendo dois dias depois no HRTM.

No julgamento nesta quinta-feira, 21, Zé das Frutas segurou o depoimento na polícia e na Justiça, de que não matou o amante da mulher. Entretanto, o conjunto de provas e os depoimentos, conduziu o promotor de Justiça Italo Moreira Martins a pedir a condenação do réu por homicídio qualificado: “este é um típico crime passional”, explica o promotor.

O advogado José de Anchieta da Costa Lima criticou a falta dos vídeos do supermercado no processo, criticou a ausência de depoimentos que segundo ele eram importantes para provar a inocência do réu e disse que argumentou que Zé das Frutas deveria ser absolvido, pois não havia provas suficientes que ele tivesse cometido este crime.

Apesar dos esforços do advogado Anchieta Costa Lima, o Conselho de Sentença, composto por seis mulheres e um homem, seguiu a orientação do Ministério Público Estadual, para condenar o réu a 8 anos de prisão em regime semi-aberto.

 Lido a sentença em plenário pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, a viúva de Raimundinho começou a chorar e a dizer que perdoava o ato do Zé das Frutas. As duas famílias se abraçaram e saíram do Fórum Municipal de Mossoró juntas.

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